12/11/2008

SARAMAGO


Numa conversa sobre José Saramago.
Eu queria comprar uns livros e olhando um site de compras na internet fui 1º no livro "A viagem do Elefante".
Conversando sobre alguns que eu já havia lido e outros que queria ler a conclusão foi "a pérola". rsrs

Então aqui vou explicar o motivo da admiração pelo autor.

"José de Sousa Saramago (Azinhaga, 16 de Novembro de 1922) é um escritor, roteirista, jornalista, dramaturgo e poeta português, galardoado em 1998 com o Nobel da Literatura. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago é considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, é membro do Partido Comunista Português e foi director do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC).Casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago vive actualmente em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

Obras publicadas
Romances
Terra do pecado, 1947
Manual de pintura e caligrafia, 1977
Levantado do chão, 1980
Memorial do convento, 1982
O ano da morte de Ricardo Reis, 1984
A jangada de pedra, 1986
História do cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio sobre a cegueira, 1995
A bagagem do viajante, 1996
Cadernos de Lanzarote, 1997
Todos os nomes, 1997
A caverna, 2000
O homem duplicado, 2002
Ensaio sobre a lucidez, 2004
As intermitências da morte, 2005
As pequenas memórias, 2006
Peças teatrais
A noite
Que farei com este livro?
A segunda vida de Francisco de Assis
In Nomine Dei
Don Giovanni ou O dissoluto absolvido
Contos
Objecto quase, 1978
Poética dos cinco sentidos - O ouvido, 1979
O conto da ilha desconhecida, 1997

Poemas
Os poemas possíveis, 1966
Provavelmente alegria, 1970
O ano de 1993, 1975
Crônicas
Deste mundo e do outro, 1971
A bagagem do viajante, 1973
As opiniões que o DL teve, 1974
Os apontamentos, 1977

Viagens
Viagem a Portugal, 1981

Para quem quiser saber mais clique aqui.
Recebi também uma ótima sugestão do Guilhermé:
http://caderno.josesaramago.org/
E tem outra minha:
http://blog.josesaramago.org/

A PÉROLA DA SEMANA:


"Pérola da semana" serão  postagens que vocês verão com uma certa frenquência apartir de agora.
Não tem jeito!
Não ia criar nada assim aqui no blog, mas me diz como escapar?
Me fala se ao menos uma vez na semana você não escuta uma pérola escapolida de um amigo ou amiga "ostra" displicentemente?

Pois bem:

A estréia é de: Ramon Fonseca
"Saramago é como sexo,
mesmo sendo ruim é bom..."
.

11/11/2008

22/10/2008

Horário de verão



No rosto dos mais velhos aquele olhar de constante bom dia.
No rosto dos mais jovens aquela cara de “só mais 10 minutos”...

Cidadezinha




A cidadezinha com 30.000 habitantes me parece diferente
ao mesmo tempo familiar.
Ao ir para o trabalho, sentidos apurados...
Aqui o ar tem cheiro de... ar!
Caminho 2 quarteirões sem que por mim passe um carro
Quando passa, o ar tem cheiro de cidade...

Aqui pela manhã as sombras são mais azuis,
Os pássaros voam mais baixinho,
Ha barulho do xap xap das vassouras nas calçadas
E o sacudir de metal de algumas bicicletas,
Essas sim, passam a todo o momento.
Ao longe o barulhinho dos rádios nas AM’s e FM’s

Choveu anteontem,
Com o frescor úmido que vem não sei de onde
Às vezes sobe também um cheirinho de sapo morto.
Sorrio e penso:
A meninada ainda tem o hábito de fazer os sapos fumarem
Velhos costumes politicamente incorretos...

02/10/2008

Seminário de Cooperação e Gestão Cultural




Entrevista retirada do blog:
http://www.zinesertoes.blogspot.com/

Quinta-feira, 2 de Outubro de 2008

Nos dias 17 e 18 de outubro vai rolar o I Seminário de Cooperação e Gestão Cultural em Montes Claros.

Enquanto não sai a programação completa, você podem conferir uma small entrevista com a estudante de Artes Visuais ("mas não sou artista"), Jéssica Luiza de Albuquerque, uma das organizadoras do evento.



Do que se trata, realmente, o seminário de cooperação e gestão cultural?
Jéssica: Bom, o primeiro seminário de cooperação e gestão cultural é resultado do curso de cooperação e gestão cultural: encontros formativos promovido pela DUO informação e cultura. O seminário será um momento destinado à discussão e à proposição de novas idéias sobre a realidade cultural do norte de minas, e discutirá a consolidação da rede de cultura aqui.



Então a idéia do seminário surgiu durante o curso?
Jéssica: Não. O curso já tinha a proposta da produção de um seminário feito pelos alunos. Nós decidimos o tema e trabalhamos na produção.

Qual é a idéia do curso? Tipo, que construções foram feitas durante?
Jéssica: O curso tem como objetivo principal a preparação de gestores culturais e até mesmo a formação, já que contou com excelentes profissionais da área de produção, legislação, planejamento de projetos e reconhecimento cultural. O curso contou com discussões e metodologias inovadores no fazer cultural, como o trabalho em rede, colaboração e articulação.

Foi um ano de curso...
Jéssica: Isso. De março até setembro aconteceram os encontros presenciais e estudo à distância. Agora em outubro é a realização do seminário.

E vocês já têm idéia de como vão colocar em prática tudo o que rolou durante o curso? Claro, sem contar a realização do seminário...
Jéssica: Bom, acredito que agora somos um grupo, antes éramos estudantes, artistas, produtores. Cada um com suas idéias, projetos individuais ou até mesmo com outros grupos. A partir daí, quando nós entramos, nos reconhecemos com os nossos objetivos em comum e começamos a trabalhar e querer as mesmas coisas. Não no sentido de ter os mesmo projetos, mas melhorar as nossas práticas e ajudar uns aos outros. Acredito esse reconhecimento proporcionado pelo curso facilitará a prática de qualquer produção que ocorrer daqui por diante.

E os seus projetos? Alguma coisa em vista?
Jéssica: Eu já pensei sim em um novo projeto! Que ainda não foi compartilhado...

Você acha que a realidade cultural e o interesse das pessoas daqui viabilizam projetos desse tipo?
Jéssica: Sim. Não só a realidade cultural e o interesse das pessoas, mas a diversidade cultural, são pontos importantes para a viabilização desse tipo de projeto principalmente na nossa região. A diversidade cultural norte mineira possibilita o desenvolvimento de muitas ações culturais na nossa região. O curso nos preparou pra isso!

Aqui tem muita gente bacana que rála pra conseguir produzir e criar nessa área, né? Você acha que o que falta é organização? Parcerias, apoio...
Jéssica: Boa pergunta. Falta isso que tivemos agora. Antes de tudo, uma especialização, uma formação. Várias pessoas poderiam estar fazendo esse curso e não estavam lá. Como você, por exemplo!(risos).

Verdade. (risos). O fato é que quando o curso começou, eu estava em uma época meio conturbada. Mas admito que muita gente aqui tem capacidade de fazer coisas sensacionais, e perdem oportunidades únicas. Como eu, por exemplo. (risos).
Jéssica: Uma das coisas mais importante que aprendi durante o curso foi perceber como o desejo é importante nos processos coletivos. Até então, não entendia muito bem e às vezes não continuo entendendo por que não podemos e nem ficamos animados o tempo inteiro.

Acho que é porque muitos de nós temos milhares de coisas pra fazer. A maior parte a gente nem gosta, mas é responsabilidade, e alguém tem que pôr comida na mesa. (risos). Só que essa é uma baita desculpa esfarrapada. Assim como é esfarrapada a desculpa: "é difícil. Ninguém apóia".
Jéssica: Sim. Mas quando eu falei do desejo, entenda ele como uma energia que nos leva a agir.

Entendo.
Jéssica: Mas não se preocupe que você já faz parte do meu novo projeto, para a comprovação da ausência de limites de uma rede cultural, ou de qualquer rede. Te conheci através da Caroll, que faz o curso, e você tem a tudo a ver com a minha proposta, que seria a globalização do regional.

Nossa. Fico feliz. E realmente espero que corra tudo bem na realização do seminário e dos demais projetos que vocês têm em mente.
Jéssica: Obrigada Manuh, espero você nos dias 17 e 18 de outubro sala Geraldo Freire. A programação será disponibilizada em breve, mas as inscrições já estão abertas na secretaria de cultura.



Clique abaixo e veja o vídeo de divulgação do Seminário de Cooperação e Gestão Cultural:http://www.youtube.com/watch?v=5K9eaAEP3L0&NR=1

Mais informações? Envie um e-mail para:cooperacaonorte@yahoo.com.br

28/09/2008

O Pontão de Cultura da UNE


O objetivo é fazer circular a produção cultural entre os CUCA’s, além de fomentar a integração com a comunidade, promovendo assim, uma intensa troca entre a cultura erudita e popular .
Foi lançado na noite desta terça-feira (23) em Manaus, durante a passagem da Caravana da UNE: Saúde, Educação e Cultura na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), o Pontão de Cultura CUCA da UNE.
O projeto é uma ação do Programa Cultura Viva que visa criar espaço e oportunidade para articulação entre os Pontos de Cultura, além de difundir ações culturais no âmbito regional, abrangendo diversas linguagens artísticas.
"Nossa proposta é que os pontos de cultura "invadam" as universidades, que as estruturas acadêmicas se deixem levar pelo cortejo da cultura popular, entrando na roda onde os diversos saberes delineiam suas diferenças, reafirmam suas particularidades e se oxigenem mutuamente", disse a coordenadora de comunicação do Instituto CUCA, Alessandra Stropp.
Atualmente a gravitam em torno do Instituto Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) da UNE 10 Pontos de Cultura: RJ, SP, RS, PR, MT, ES, BA, PE, PB e DF, além dos CUCA’s Amazonas, Rio Grande do Norte e Piauí. O objetivo do Pontão de Cultura é fazer circular a produção cultural entre esses centros, além de fomentar a integração com a comunidade local, promovendo assim, uma intensa troca entre a cultura erudita, acadêmica, e a cultura popular.
O projeto será realizado em duas fases: de setembro a dezembro de 2008 e de fevereiro a junho de 2009, tendo como pólos articuladores 13 universidades públicas do país: uma em cada estado onde funcionam os CUCA’s.
Um dos instrumentos utilizados para a consolidação da rede de cultura será a reapropriação da técnica do Cinejornal, tecnologia social de documentação utilizada pelo CUCA da UNE, nos diferentes estados e universidades. O projeto fomentará também a produção de conteúdo audiovisual gerado e gerido a partir de outras perspectivas que não as impostas pela mídia hegemônica.
"Levando-se em consideração o papel central que a imagem assume no mundo contemporâneo, é preciso aproveitar esse programa para explorar os meios audiovisuais como ferramenta de construção crítica da memória social", reforça Alessandra.
"Incentivando a convivência e outras vivências a partir do espaço das universidades, estaremos pisando no terreno do novo, plantando as sementes do futuro. Em essência, é a isso que o Pontão de Cultura CUCA da UNE se propõe" resume.
Da Redação do Estudantenet, com Blog do CUCA:

24 anos de luta em defesa do Brasil

Do Blog do Ramon, em 22/09/2008


Há exatos 24 anos, no dia 22 de setembro de 1984, jovens reuniram-se na Assembléia Legislativa de São Paulo para fundar aquela que viria a ser a maior organização de juventude do país, a União da Juventude Socialista (UJS). Fruto da história de lutas da juventude e do povo brasileiro, a UJS nasceu em um momento de grande batalha histórica pra garantir a democracia em nosso país: as Diretas Já!


Tendo como primeiro Coordenador-Geral (função equivalente à Presidente), o hoje deputado federal Aldo Rebelo, a UJS teve presença marcante nas grandes manifestações pela redemocratização do Brasil. E não parou por aí. Durante a Assembléia Nacional Constituinte, em 1988, a militância da UJS garantiu a aprovação do voto aos 16 anos, conquista histórica da juventude inserida na nossa Constituição.


Em 1989, participando ativamente da Frente Brasil Popular, a juventude do Araguaia dedicou a energia de seus aguerridos quadros à campanha de Lula à Presidência da República, fato que se repetiria nas eleições seguintes.


Os caras-pintadas também tinham a marca da UJS. As passeatas pelo Fora Collor foram capitaneadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), entidades nacionais representativas dos estudantes e que contam com vários jovens socialistas em suas fileiras.


Mas a derrubada de Fernando I não bastou pra frear o neoliberalismo no Brasil. O príncipe dos sociólogos, Fernando II, iniciou um projeto anti-nacional e entreguista como nunca visto dantes. Mas mais uma vez a UJS esteve presente como uma pedra no sapato dos vendilhões. A Marcha dos Cem Mil e as inúmeras manifestações espalhadas por todo o país culminaram com a eleição de Lula à Presidência da República em 2002. Mais uma vitória do povo com o carimbo da UJS!


E a UJS dá cada dia mais mostras de sua vitalidade e combatividade. Na luta por uma educação pública e de qualidade, na luta em defesa do meio ambiente, na luta pela valorização do trabalho, na luta contra qualquer forma de discriminação e opressão, na luta pela implementação de políticas públicas de juventude, na luta pela democratização dos meios de comunicação, da cultura, do esporte e do lazer. Enfim, na luta anti-imperialista, na em defesa do Brasil, da juventude e do socialismo, sempre estará erguida a bandeira da União da Juventude Socialista!Viva os 24 anos da União da Juventude Socialista!Viva a juventude do Araguaia!


PARABÉNS A NOSSA UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA - UJS - 24 anos





Uma homenagem atrasada a UJS.

Não a esqueci, não esqueci a data, nunca poderei esquecê-la.

Essa entidade que tem a minha idade,
tem a cara dos jovens Brasileiros,
tem a alma dos nossos guerreiros,
tem a alegria das nossas cores,
tem a consciência dos nossos heróis,
tem a liberdade de nossa gente,
tem o calor de nossas lutas,
tem a força da nossa história!

O amor e a admiração que tenho por meus companheiros,
peças únicas, peças chaves,
que se encaixam e se unem num só ideal!

Somos UJS, somos jovens pensantes unidos.
Somos João Amazonas, somos Aldo Rebelo, somos Orlando Silva, somos Manuela D'avila...
Somos nós mineiros (UJS do pão de queijo)
Somos vocês paulistas (UJS que "viemos pra ganhar")
Somos vocês cariocas ( UJS com seus xix goxtosoxxxx)
Somos vocês gaúchos ( UJS Tche!)
Somos vocês goianos! (UJS dos Congressos da UNE)
Somos vocês cearenses , bahianos, alagoanos, piauienses, amazonenses, acreanos...
Somos UJS a maior entidade de Juventude do Brasil!!!

Parabéns a Nós,
Parabéns a minha Amada UJS!!!

18/09/2008

A nova velha forma de amar.





Nesse mundo moderno e consumista onde tudo nos é vendido (roupas, animais, glamour, gente e até mesmo ideais) encontrei uma antiga forma de amar travestida em modernidade e globalização, mas tão velha quanto sincera.

Um amor carinhoso, respeitador, contemplativo e em alguns casos platônico...O companheirismo, a lealdade, a vontade de estar junto sem poder estar, a cumplicidade...

O romantismo das frases escritas em páginas e mais páginas das belas cartas de amor aqui reaparecem. A ânsia do toque, do beijo quase impossíveis... Os encontros com data e hora marcada, o coração que dispara quando se aproxima à hora, e a dúvida: “será que ele vem?”

A tia velha no meio da sala foi substituída pelo computador: eles separam e unem.
As belíssimas cartas pelos e-mails.
E o amor é puro e verdadeiro, não se prende a características físicas, não é cego pelo culto à beleza estética imposta. Ele existe do, com e para o ser amado.
Então porque dizer não ao namoro virtual?
Afinal ele é uma das mais antigas manifestações de amor...
Um amor contemplativo que um dia se realizará, quem sabe...

(Dedicado a você, Guri)

09/09/2008

Arte sim senhor(a) !


Escrito por Eliane Silva Pinto
26-Jul-2008


Os muros e as campanhas: o “atropelo” aos graffiti's acontece no país inteiro


Texto: Kuca 3000*


Esses dias passei por um muro em que estava estampada, com letras de cantos arredondados e números de cor diferente logo abaixo, pra dar contraste com o fundo branco, a propaganda de um candidato a Vereador de um partido de direita, juntamente com a do respectivo candidato a Prefeito. Claro que no dia 6 de Julho estamos em de campanha e os letristas se multiplicam aqui nas ruas da cidade, é natural q os candidatos se utilizem, também, das paredes para se promoverem na sua campanha, e nenhuma lei restringe esse tipo de publicidade visual... Mas, ao me ver ali lendo aquela parada toda com números, letras, siglas, e logotipos... Lembrei-me de ontem, onde, no mesmo muro, havia um bonito graffiti, que eu ate já me acostumei a ver ali.


Mano... Nossa q frio no estomago me deu, pois eu como artista urbano, também me utilizo das ruas como plataforma para divulgar meu trampo e abrir dialogo com a sociedade através dele.


Pensei então: como será a reação do escritor (writer) responsável pelo graffiti apagado? Será que quem apagou, não se importou com o conteúdo artístico expresso ali antes? Respondi a minha 1ª pergunta ao passar por outro muro, onde antes havia um graffiti de minha autoria: Como será que o writer reagiria? Bom, poderia ter sido pior,mas ao ver cerca 6 cartazes mal cobrindo todo o pequeno muro de uma avenida movimentada daqui, me respondi a 2ª pergunta:
Será que não se importaram com o conteúdo artístico expresso ali? Certamente que não, seja por não conhecer a cultura do graffiti e sua capacidade de inclusão social ou por não simplesmente pra cumprir a demanda. Também não acredito que tenham pagado pelo espaço que fica ao lado do comitê Estadual de um grande partido, o mesmo dos cartazes. Também não acredito que tenha sido pago ou terem autorizado a utilização daquele espaço, pois eu mesmo confesso não ter pedido a autorização do proprietário, pois se trata de um muro onde sempre houve graffitis, sempre renovados.


Aqui em Porto Alegre, a Prefeitura criou o DISK-PICHAÇÂO, mas não se preocupou em orientar a guarda municipal e muito menos a nossa população a diferenciar um graffiti de uma pichação, tendo vários grafiteiros tem arcado com ônus da falta de preocupação de nossos governantes e das suas secretarias.


Já em São Paulo, a coisa foi mais fundo, foi instituída uma lei contra poluição visual. Proibindo diversas formas de publicidade e caindo com força no graffiti, mesmo SP sendo a Babilônia do graffiti brasileiro, tendo diversos trabalhos sido apagados na cidade.


Isso me força a perguntar: é possível os políticos não enxergarem o bem e a vida que os muros grafitados trazem para o ambiente urbano? Ou isso é difícil através dos vidros fumê dos seus carros ou das janelas das suas mansões?


Julgado pelas condições da Vila Chocolatão, no centro de Porto Alegre, bem ali, ao lado da Câmara de Vereadores, onde diversos papeleiros habitam em condições sub-humanas, eu acredito que a 2ª pergunta seria a certa a ser feita.
Uma coisa é certa, em todo o país graffiti's são apagados em função das campanhas e os partidos promoverem suas candidaturas.


Isso, na minha visão é uma grande perda cultural para a cidade, nessa época onde toda a cultura é de difícil aceso, onde o cinema é caro, o teatro também e a televisão não traz grandes os mesmo benefícios q a arte pura traz instigando a imaginação e o pensamento.
Fico feliz, porem, ao ver exemplos como Salvador, onde o grupo de grafiteiros que contribuem com a Prefeitura, se organizou e criou um documento repudiando o "atropelo" de graffiti's para finalidades políticos partidárias, e irão entregar na câmara municipal.


Lá, Salvador, é uma realidade especifica São Paulo outra, e Porto Alegre outra e cada uma tem particularidades. Em algumas o graffiti é mais difundido e unido e organizado em outras nem tanto, mas essa arte que vende telas a quantias consideráveis, que realiza através de oficinas trabalhos sociais, e que hoje é a tendência da moda sendo muito utilizado por empresas e produtoras para contemporanizar seus produtos e marcas, e que traz a arte para a rua, acessível a todos sem cobrar por isso, merece mais atenção dos candidatos. Afinal de contas se o candidato fulano escreve seu nome próprio em muros com o objetivo de atingir a sociedade, não é diferente de outras formas de expressão como uma pichação por exemplo.


Alguns irão se lembrar na época da velha cédula de papel, nas eleições municipais de 1988 no Rio de Janeiro, após um bloco de um programa de televisão humorístico, o Macaco Tião teve alto índice de aceitação popular (9,5%) tendo seus eleitores realizado diversas pichações para promoverem seu candidato, com os dizeres: VOTE MACACO TIÃO.


Encerrando esse artigo registro que considero um grande erro, apagar graffitis, que são feitos por grandes nomes da arte contemporânea, já tendo se colocado junto aos grandes mestres da pintura, por finalidades de campanha eleitoral, pois se tratam de patrimônios públicos da humanidade e da sociedade de cada região como museus a céu aberto, devem ser respeitados os muros que contem esse tipo de expressão tanto quanto os postes e telefones públicos, pois é terrível ver o trabalho de verdadeiros Van Gogh's atual atropelados por nomes e números.

Certamente, meu voto, esse candidato não terá .

* Kuca 3000 é diretor de comunicação da Nação Hip Hop Brasil/Porto Alegre
Art do Risco Crew

NUVEM DE PRECONCEITOS

Do blog do Petta

26/06/2008 12:16

Enquanto as discussões públicas caminham em direção à garantia de direitos aos homossexuais, alguns pequenos grupos ainda se vestem de intolerância. Ontem, em frente ao Congresso, um grupo de evangélicos promoveu manifestação contra o Projeto de Lei que criminaliza a homofobia. Eles tentaram invadir o Legislativo com um protesto baseado no “direito de criticar a homossexualidade, sem punições estabelecidas na legislação”.

Mais impressionante, ainda, são os argumentos que se seguiram. Diziam os manifestantes que o projeto “abre as portas para a pedofilia”, “transforma o país numa Sodoma e Gomorra” e que “dá poderes ditatoriais a uma minoria”. Inversão de valores total.
Na contramão disso tudo, a Agência Brasil divulgou pesquisa realizada pelo DataSenado por telefone, que mostrou uma total discrepância entre a opinião desse grupo e os próprios evangélicos. Cerca de 55% se mostrou favorável à criação de uma lei que pune ações homofóbicas.

Como se vê, as discussões realmente estão no rumo da melhor compreensão das diferenças. E para aqueles que ainda não conseguem colocar isso na cabeça, a melhor maneira de se acabar com o preconceito é a disseminação de informação. Lembrando sempre que orientação sexual nunca determinou conduta e caráter.

Hoje em dia, não há mais espaço para pequenas inquisições em nome de dogmas religiosos.

"O que eu vejo."


O nome do blog (Além do que se vê!) me veio com a necessidade de quebrar paradigmas e pré-conceitos criados por uma moral hipócrita que privilegia aqueles que tem dinheiro.

Hoje acordei com uma vontade louca de por pra fora todos os meus conceitos.


Os tenho não como preconceitos, mas como conceitos formados, e quem me conhece sabe que não os escondo de ninguém assim como não os tento impor a seu ninguém.
Tenho conceitos formados contra religião, contra arte viajandona que não consegue se explicar nem se utilizado do conceito de estética (do juízo de gosto Kantiano), contra música deturpadamente chamada de sertaneja cantada por Zezé de Camargo e Cia, e penso que música não se faz com a bunda! Odeio Homofóbicos e acho que racistas deveriam "ser mandados para a Sibéria" kkk.

E a partir daí vão muitos outros...

Hoje resolvi atacar!

Vou encher o blog de matérias de blogueiros e de pessoas que admiro.

Enquanto não me sobra tempo para escrever, vou postando o que li, amei e queria ter dito e que foi escrito por outras iluminadas mãos.


Abraços e espero que gostem.

08/09/2008

QUADROS




Esse texto eu escrevi a alguns meses...
Hoje tive coragem de postá-lo.
Pode parecer "puxação de saco" mas o personagem de quem eu falo é merecedor.
Então dane-se quem ler e não gostar! Tenho certeza que muitos concordam comigo.




QUADROS

Quadros sempre fizeram parte da minha vida.
Cresci vendo minha mãe pintar. Sofrendo com o quadro da Mona Lisa rindo sarcasticamente de mim quando meu pai me punha de castigo.
Peguei amor por aquela confusão de papel, madeira desenho e tinta dependurado na parede.

Mas hoje não é desse quadro que vou falar.
Mas de um outro tipo...

Há pouco tempo passei a trabalhar com um quadro em especial.
É um quadro novo em comparação com um ícone de 190 anos, tem apenas 41.
Esse quadro nasceu de Dona Joana na pequena cidade de Brejo das Almas, no Junco de Minas Gerais.
Foi construído pelo Partido Comunista do Brasil.
Fundou a União da Juventude Socialista de Montes Claros, militou no Movimento Estudantil. Eleito um dos mais novos vereadores, exerce tão bem seu mandato que o povo sempre o quer lutando por eles e assim se mantem na câmara municipal de Montes Claros há 16 anos.
O Lipa que eu conheço quase não erra. É organizado e cobra isso de quem o cerca. Cumprimenta a todos com um abraço, as meninas com um beijo na testa. Tem uma capacidade de raciocínio muito rápida, um imenso conhecimento de marxismo, é duro com quem erra, mas se emociona e chora ao ver libertos estudantes presos injustamente.
Esse diretor estadual do PCdoB de Minas Gerais anda de porta em porta junto com a “moçada” recolhendo assinaturas para o 1º Projeto de Lei de Iniciativa Popular ( 15.000 assinaturas). Respeitado pelo Reitor da Unimontes, por deputados e ministros, senta na calçada para descançar com a UJS. Esse Cientista Social, pai de família, deita num colchonetezinho no chão da sede do partido para descansar na hora do almoço entre uma jornada e outra de luta.
Arrumando seus papéis no gabinete encontrei um conto que li e achei lindo. Só depois dei por mim do tamanho da minha indiscrição: o conto era assinado por ele.
Agora o nosso Quadro, cientista, pai de família, diretor estadual, vereador, presidente do partido, fundador da UJS Moc... (ufa!), mostra todo seu lado sensível publicando um lindo livro de contos...
Os respeitáveis Carlim Moura, Jô Morais, Aldo Rebelo, Orlando Silva e muitos outros tem um Camarada a altura em Montes Claros.

E assim Lipa para mim é um Kandinsky. Um estudioso do que faz que preza pela simplicidade. Que pode não ter a fama, mas juntamente com os Da Vincis, Picassos e Portinaris, tem seu espaço respeitado na galeria.

06/09/2008

A FUMAÇA E SUA DANÇA NO AR...




Mário Quintana dizia: "Desconfia dos que não fumam;esses não têm vida interior, não tem sentimentos.O cigarro é uma maneira sutil, e disfarçada de suspirar."

Como diz Paulo Alves:
"Fumo cigarro atrás de cigarro,
Para tentar queimar a dor da alma,
Consciente à vontade de sentir alegria,
De não mais fumar, mas não a encontro,
E parar não consigo, aí me apercebo que:

-Estou a fumar, bem menos do que posso,
Mas muito mais do que devia..."

09/07/2008




Poesia feita pela Menina Flor (Jéssica), para a encantadora e calorosa Ana.



"Riminha para a Ana

Ana moça querida!

que rouba meus sorrisose arromba cadeadoseu

quero cuidar dela, mas ela nem percebe


pois tem outros cuidados...


Ana que sempre aparece
com uma alegria mordázda

pulos saltitantes e serelepe se faz


A festa julina acabou e nem pense que meus cuidados não terás mais!

não sei o fim desta rima

mas desde ja vou logo dizendo

mesmo o tempo passando


Peço a Ana
Não nos deixe nunca mais!

rsrsrsrsrrsrsrsrrsr srrsrrrsrsrrsrsr rsrsrrsrsrrs

A Ana é pura poesia, minha poesia morena!

Dedico todas as flores do meu jardim a alegria da Ana e o bem que ela nos faz...

Abraços a Todos"

03/04/2008

“Estágio: diferentes concepções.”

Olá!

Desculpem o tempo sem postar, mas o acesso à net está restrito e o trabalho está muito.

Durante uma aula de prática de ensino minha professora apareceu com um texto muito interessante chamado “Estágio: diferentes concepções.”

Infelizmente ela não deu o(a) autor(a) e nome do livro...

O texto aborda uma frase muito citada pelos graduandos que fazem estágio:
“Até um ano atrás eu tinha certeza que estava tendo uma boa formação. Agora estou chocada com a realidade daquelas crianças, e nem sei por onde começar. Na prática a teoria é outra.”

As teorias de formação do profissional de educação na grande maioria das vezes demonstram exemplos ou modelos de experiências que deram certo ou não.
Precisamos desses livros e artigos? Claro!

Mas elas se diferenciam da prática, pois não apresentam fatores da realidade material das escolas, fatores esses que muitas vezes influenciam o emocional do estagiário.

Dialeticamente essa realidade material atua sobremaneira nas realidades subjetivas.

Exemplos?

Vamos a eles:

Em comunidades carentes além da relação professor-aluno existe a necessidade da compreensão da realidade seja ela histórica e social, seja ela natural (material).

Na prática e realidade é objetiva:
Crianças de chinelo, lama nas ruas, cheiro de suor.
A energia infinita das crianças, a alegria, a agitação; correr, pular, gritar etc.
Nos adolescentes a sexualidade que aflora com a ebulição dos hormônios da puberdade.
Nos jovens a preguiça...

Nas escolas particulares crianças que sempre tiveram todos os brinquedos e pouca atenção e carinho...

Alunos são seres críticos. Te olham, fazem o primeiro julgamento antes mesmo de te conhecer. E isso é absolutamente normal! Como você era quando aluno?

Outros fatores como a reação ao novo (o frio na barriga), a empatia ou antipatia dos futuros colegas de profissão que se utilizam de métodos que você vai julgar errados, o receio de uma direção que já está estabelecida com a obediência de suas normas...

O conteúdo teórico da disciplina o educador tem domínio. O que precisa ser preparado é o emocional.

Cabe ao estagiário saber trabalhar com todas essas realidades e subjetividades e com sua postura como futuro profissional. Além de, é claro, repassar o conhecimento.

03/03/2008

O mestre, Mário Quintana



Adi,

Olha só que lucidez a do Quintana!

Talvez caiba no seu blog...

CLAREIRAS

Se um autor faz você voltar atrás na leitura, seja de um período ou de uma simples frase, não o julgue profundo demais, não fique complexado: o inferior é ele.

A atual crise de expressão, que tanto vem alarmando a velha-guarda que morre mas não se entrega, não deve ser propriamente de expressão, mas de pensamento. Como é que pode escrever certo quem não sabe ao certo o que procura dizer?

Em meio à intrincada selva selvaggia de nossa literatura encontram-se às vezes, no entanto, repousantes clareiras. E clareira pertence à mesma família etimológica de clareza... Que o leitor me desculpe umas considerações tão óbvias. É que eu desejava agradecer, o quanto antes, o alerta repouso que me proporcionaram três livros que li na última semana: Rio 1900 de Brito Broca, Fronteira, de Moysés Vellinho e Alguns Estudos, de Carlos Dante de Moraes.

Porque, ao ler alguém que consegue expressar-se com toda a limpidez, nem sentimos que estamos lendo um livro: é como se o estivéssemos pensando.

E, como também estive a folhear o velho Pascall, na edição Globo, encontrei providencialmente em meu apoio estas palavras, à pág. 23 dos Pensamentos:

"Quando deparamos com o estilo natural, ficamos pasmados e encantados, como se esperássemos ver um autor e encontrássemos um homem".

Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo

02/03/2008

O Nome da Rosa...







Sempre, sempre que chego na Universidade me indigno com aqueles muros cinzas enormes a subir o morro e dar a volta na Unimontes.




Por incrível que pareça a Unimontes é cercada pelos bairros:





  • Vila Mauricéia: Endereço oficial da Universidade que consta nas agências dos correios. Bairro simples conhecido como morro. Fica entre bairros nobres à direita, e à esquerda. Mas ali não há o olhar das autoridades. Não tem água corrente e a energia elétrica é levada até as humildes casas através de gambiarras.


  • Jardim Panorama: Bairro tido como nobre, com grandes casas. As ruas em ladeiras, mas não é morro!É o pé, “muito chic”, do morro.


  • Todos os Santos: Bairro nobre, que deveria ter características universitárias mas tanto os aluguéis, quanto os condomínios e a alimentação são caríssimos.


  • Vila Oliveira: Este é "O Morro". Altas taxas de criminalidade, violência e miséria.


Todos os dias olho aquele muro a dizer às pessoas mais simples, que moram ali do lado mas não tiveram oportunidade de uma melhor educação: "Não entre! Aqui você não é bem-vindo. Fui colocado aqui para que vocês parassem de roubar o que não os pertence.”


Isso cresce em mim uma revolta!



Tinha apenas 12 anos quando li o livro de Humberto Eco que leva o título deste post.
O nome da minha Rosa é Unimontes. A 2ª melhor universidade do país, e a 1ª universidade estadual.



Seus muros, assim como o labirinto da biblioteca da Abadia de Humberto Eco, guardam a jóia mais preciosa: o conhecimento.
E esse não está à disposição de todos. É caríssimo!!! Quem o tem possui poder.



Poder? Mas que poder?
Não digo o poder do dinheiro que corrompe. Digo o poder de fazer algo para mudar e melhorar a vida de seus vizinhos. A minha Rosa ainda não tirou a viseira do burro de carga. Ela ainda não olha para os lados.



E nós que lá estamos? Qual é nossa obrigação?
Se conseguimos a duras penas lá chegar devemos espalhar, multiplicar o conhecimento que conseguimos àqueles que lá não podem estar conosco.
Uma universidade que vive do dinheiro de contribuintes, contribui pouco para a comunidade. Até aquela que está em torno
de si, e que é tão necessitada de atenção, compreensão, perspectivas e etc.



A minha Rosa, tem carência de ensino, pesquisa e extensão. Mas ainda assim, se quisesse doar o pouco que tem, seria muito.
Aqueles que moram ao seu entorno, não se reconhecem nela. Assim ela sofre com vandalismo. Quando entro tenho a impressão que ela se fecha em botão e deixa a disposição seus espinhos escrito: “favor não incomodar”.



E você?Qual é o nome da sua Rosa?

08/02/2008

6ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE - A Formação do Povo Brasileiro.


A 6ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE dá início à sua fascinante viagem pelos meandros da formação do povo brasileiro. Vai descobrir o Brasil, desvendar sua formação, desesconder de suas profundezas toda a sua caboclice, sua mameluquice, sua mulatice... Hélio Oiticica descobriu o Brasil. Sacou, depois de se extasiar com a marginália, que a riqueza da cultura do país não estava à margem, estava subterrânea! Era preciso desenterrar o Brasil e não descobrir.
.Misturas de formas e cores, de sons, de jeitos, de expressões... Encontramos no Barroco sua primeira audácia: a pérola torta e pitoresca que, aos olhos do belo clássico, não passa de puro mau gosto. Mas a brasileirice, surgindo ali debochada e exagerada, zomba do clássico ao mesmo tempo em que o cultiva, blasfema heresias e pede perdão aos céus. As bocas do inferno lado a lado das portas dos céus inventam um jeito de ser, mistura as dualidades, ridiculariza o racionalismo que compartimenta o mundo.
.Os ibéricos, europeus tortos, argonautas do Atlântico que chegaram ao sul do mundo em suas jangadas de pedra. A mãe amorosa que Saramago disse ver atordoada com a sorte de seu filho do além-Pireneus jogado no mar, Europa soberba que, na verdade, olhava o filho ibérico como quem espera o filho pródigo. Mas, tão malandro, esse nunca mais voltou. Não o mesmo. Foi gerar em terras subtropicais algo fora da imaginação da mãe amorosa. Algo mais volúvel e desregrado e suas frouxas instituições. Suas sinhás fogosas transitando pelos bugres, seus senhores desejando as negras, o batuque louvando os santos católicos. Caleidoscópio é metáfora pequena.
.Neste turbilhão, as três matrizes originais – a negra, a indígena e a ibérica – vão gerando outras submatrizes, misturas onde não se sabe mais onde começa uma e termina a outra. Mas, longe da homogeneidade almejada pelo projeto totalizante, o que se vê é a interação em disputa como qualquer outra interação. Estabelecida em uma relação entre dominadores e dominados, ainda que não seja uma relação engessada, já que há subversões e em determinados momentos os papéis se invertem, a democracia harmônica é uma ilusão perpetuada por quem deseja esconder a importância dos de baixo.
.Nos dias de hoje, desejamos a diversidade. Consideramos-nos iguais porque somos diferentes. A harmonia não é mais sinônimo de pasteurização. Tal qual na harmonia musical, buscamos juntar coisas diferentes e delas extrair um equilíbrio e não uma uniformidade. Como nos vitrais, a cultura brasileira é formada por diversas formas, cores e texturas que, somente em conjunto, fazem sentido.
.Aprovado na segunda reunião de diretoria da UNE desta gestão, a primeira do ano, realizada nos dias 24 e 25 de janeiro na cidade de São Paulo, o tema da sexta edição do evento está lançado: A formação do povo brasileiro. E estão todos convidados a, com este espírito, embarcar nesta viagem dez anos após a primeira edição do evento.
Imagem : Luis Fernando Guimarães dança com o Parangolé de Hélio Oiticica
Texto -Aline Portilho, CUCA –RJ, produtora cultural, e colunista

03/02/2008

HIP HOP A LÁPIS - Mano Oxi: O dia que o hip-hop virou lei



Porto Alegre 26 de dezembro de 2007. É com enorme satisfação que escrevo esta carta, com o objetivo de divulgar a todos que possa interessar, que o dia de hoje certamente será lembrado como ''O dia que o hip-hop virou lei em Porto Alegre!''


E foi isso mesmo que aconteceu, eu vi com os meus próprios olhos aliás eu, juntamente com outros camaradas do movimento hip hop ajudamos a escrever linha por linha, o Projeto de Lei que foi apresentado para votação na ''ordem do dia'' da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre.

Esta conquista, faz a gente ter certeza que é possível sim continuar lutando pela causa que acreditamos, faz com que tenhamos cada vez mais força para passar por qualquer obstáculo em nosso caminho, afinal já estamos acostumados com as dificuldades diárias. A frase '' Tô na correria'' já faz parte do nosso vocabulário, assim... não desistimos nunca.

O ano de 2007 foi um ano diferente de todos os outros aqui em nossa cidade, em nosso Estado. Estivemos na linha de frente de vários acontecimentos e por incrível que pareça, houve momentos de muita unidade, de muita união, talvez pelo fato de estarmos passando por um fase de transformação aqui no Sul. Estivemos em várias cidades no interior do estado e o que sentimos, foi a vontade de muitos manos e muitas minas, de passar uma borracha nas discórdias do passado e ajudar a salvar a cultura hip-hop.

Durante muito tempo fiquei esperando por alguém que liderasse o movimento e mobilizasse a gente para podermos pressionar as autoridades locais, mas essas lideranças não apareceram. Assim como eu, muitos outros manos também ficaram esperando, quando percebemos que a ajuda não viria, tivemos que assumir este papel, e passar a comandar as ações em nome do que sempre almejamos: ''Colocar o hip-hop em um patamar de respeito e de credibilidade''

Eu me perguntava: se nossa cultura é uma forma de transformação social e de protagonismo juvenil legítima, por quê a prefeitura e o governo do estado não nos respeitavam, por quê? Por quê apenas nós, que somos integrantes desta cultura acreditávamos que ela deveria ter um lugar de destaque dentro de nossa sociedade, por ser uma ferramenta de inclusão e de visibilidade de jovens que cresceram em situação de extrema vulnerabilidade social?

Tenho certeza hoje, mais do que nunca que muitos outros irmãos, também se fizeram estas mesmas perguntas. De tanto pensarmos acabamos encontrando o caminho e como sempre, de maneira auto didata, não demorou muito para passarmos a bolar um plano! Foi aí que houve uma única fagulha e deu no que deu, se nós temos a Semana da Consciência Negra instituída como Lei, por que não construir uma lei que garantisse também a Semana Municipal do Hip-Hop?

A partir daí, foi um mano ligando para o outro, todos sedentos por este mesmo objetivo, criar uma lei que estivesse no calendário anual da cidade de Porto Alegre, que determinasse a Semana Municipal do Hip hop e, quando percebemos, haavíamos contaminado todos os vereadores da Câmara Municipal e de forma unânime todos votaram e aprovaram pela primeira vez no Rio Grande do Sul, uma lei que garantirá uma vez por ano a começar pelo ano de 2008, no mês de maio ''A SEMANA DO HIP-HOP EM PORTO ALEGRE''.

Essa vitoria não é minha e muito menos dos demais que protagonizaram este feito e sim, é uma vitoria de todos que fazem parte do hip hop do Brasil e do mundo. Não posso deixar de agradecer ao Vereador Sebastião Mello, a Vereadora Maristela Maffei e a todos os demais vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, aos Rappers PX, TIRIRICA, WHITE JAY, Guibbis e a todos que acreditaram que um dia O HIP HOP VIRARIA LEI AQUI EM PORTO ALEGRE.


É nóis !!! Mano Oxi - do grupo DNA MC´S, vice-presidente da Nação Hip-Hop Brasil.

30/01/2008

"O desenho não é a forma, é a maneira de ver a forma." Edgar Degas

Um certo dia vi um amigo a desenhar o rosto de uma colega da fotografia. Todos ao seu redor ficaram extasiados... "Nossa , como você desenha bem!"
Calada, fiquei pensando o porque de tanto espanto...eu também conseguia fazer aquilo.
Desenhar o rosto de minha mãe enquanto ela cochilava a tarde era um hábito.
Aí veio a surpresa: Não era eu quem sabia desenhar, as outras pessoas é que não sabiam.

Mas como?
Desenhamos desde a Pré- história, desde criança.

Começamos com linhas tortas, depois estas se cruzam e passam a fazer sentido aos olhos de alguém que observa...
O famoso boneco de pauzinhos vai ficando flexível e gordinho...
A casinha de sapé, adquire portas e janelas, estas terão cortinas, e os detalhes vão se formando...
Disse minha prima de 4 anos enquanto desenhava: " Ops! O miolo da florzinha tá grande e as pétalas estão pequenas...ficou feia..."
Eu que observo penso: "Parece um girassol..."
O ponto de Referência, a Divina Proporção, a Série de Fibonacci...
Como vou explicar àquela garotinha decepcionada que ela acaba de perceber o que é tão difícil explicar a um adulto?
Degas tinha toda razão!

MELADO DE LUZ E COR



Bienal

Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio

Faço um quadro com moléculas de hidrogênio

Fios de pentelho de um velho armênio

Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta


Teu conceito parece, à primeira vista,

Um barrococó figurativo neo-expressionista

Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista

Ao cabo da revalorização da natureza morta


Minha mãe certa vez disse-me um dia,

Vendo minha obra exposta na galeria,

"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da gia

E muito mais feio que um hipopótamo insone

"Pra entender um trabalho tão moderno

É preciso ler o segundo caderno,

Calcular o produto bruto interno,

Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,

Rodopiando na fúria do ciclone,

Reinvento o céu e o inferno


Minha mãe não entendeu o subtexto

Da arte desmaterializada no presente contexto

Reciclando o lixo lá do cesto

Chego a um resultado estético bacana


Com a graça de Deus e Basquiá

Nova York, me espere que eu vou já

Picharei com dendê de vatapá

Uma psicodélica baiana


Misturarei anáguas de viúva

Com tampinhas de pepsi e fanta uva

Um penico com água da última chuva,

Ampolas de injeção de penicilina


Desmaterializando a matéria

Com a arte pulsando na artéria

Boto fogo no gelo da Sibéria

Faço até cair neve em Teresina

Com o clarão do raio da siribrina


Desintegro o poder da bactéria

Zeca Baleiro -