19/08/2009

O dia em que o PIG falou a verdade.



Por Luana Bonone*

"A sabedoria popular diz que no amor e na guerra vale tudo. Na guerra feroz entre Globo e Record está valendo até fazer algo que não é do feitio do PIG (Partido da Imprensa Golpista): dizer a verdade!

Globo e Record revelam verdades uma a respeito da outra que já eram conhecidas dos movimentos sociais e de todos aqueles que se dedicam a estudar um pouquinho da história da comunicação no Brasil, mas ignoradas pela maior parte da população que assiste diariamente o Jornal Nacional... opa! Quer dizer, a maioria que agora assiste o Jornal da Record. E essa é exatamente a bronca da poderosa Globo: os índices de audiência do Jornal Nacional (JN) caíram, aliás, não só do JN, a Record chegou a ficar como líder de audiência por cinco horas seguidas em um único dia. Assim começou essa briga de cachorros grandes.

De um lado do ringue, com 44 anos de concessão, liderança de audiência e 48% de toda a publicidade oficial investida pela União (isso mesmo, verba pública!) só para o seu canal de TV, a poderosa Rede Globo da família Marinho, abençoada, naturalmente, pelo próprio Papa. Na outra ponta, com índices de audiência em ascensão, a bênção (e outras “cositas mas”) da Igreja Universal do Reino de Deus, e várias ex-estrelas globais, a Rede Record do bispo Edir Macedo.

Primeiro round
A poderosíssima começou batendo forte: na manhã do dia 11 de agosto, as manchetes de praticamente toda a imprensa escrita brasileira eram uníssonas: “Edir Macedo e mais nove viram réus por lavagem de dinheiro” (este título é do Estado de S. Paulo). No mesmo dia o tema entrou na pauta do JN e não saiu mais. Todos os dias mais denúncias acerca de como a Record foi construída com a contribuição dos fiéis da Igreja Universal. E para desqualificar a igreja, repórteres da Globo foram até os cultos gravar os apelos dos bispos para que os fiéis se desfaçam de seus bens materiais em favor da igreja, e para alcançar suas graças, é claro.

A Record respondeu com um verdadeiro documentário sobre a relação histórica e indecorosa da Globo com a Ditadura Militar, sobre como a Globo manipulou o debate entre Lula e Collor em 89, sobre o direito de resposta que Brizola ganhou na Justiça, sobre como a emissora escondeu os movimentos “Diretas Já!” e anos após o “Fora-Collor” pelo tempo que conseguiu, e a Record vai além, refere-se aos atuais proprietários da concessão como “um dos filhos Marinho” e ainda denuncia a Rede Globo por “monopólio”, com este termo.

Segundo round
Mas, além de um extenso patrimônio que vai desde jornal impresso até a rede de TVs, passando por rádio, portal na internet, etc., a Globo tem cachorrinhos adestrados a seu serviço, e rapidamente acionou o mais fiel deles: a revista Veja, que nesta semana discorre sobre a briga das emissoras em nove páginas dedicadas a expor a “ambição” do bispo Edir Macedo. A revista afirma que os índices de audiência da Globo permanecem o triplo da Record, desconsiderando que há horários em que a emissora ligada ao bispo tem batido o empreendimento da família Marinho todos os dias, como é o caso do reality show A Fazenda (não dava pro PIG se manter tão sincero por muito tempo... acho que a verdade provoca urticárias nos filhotes Marinho e na famiglia Civita). Vamos aguardar a resposta da Record a este flanco de ataque.

Bastidores
Enquanto o Brasil assiste ao embate aberto entre as emissoras que brigam pela audiência com programações que a cada dia perdem em qualidade, nos bastidores, a Abert (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e TV) — que tem a Globo e a Record como associadas — se retira oficialmente do processo da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). As emissoras também se unificam em outro ponto: a campanha aberta de desmoralização do Senado e a tentativa de atingir a ministra Dilma Rousseff, pauta sempre seguinte à matéria do arranca-rabo entre as emissoras nos respectivos jornais.

Briga de cachorro grande
Bom, em briga de cachorro grande não é aconselhável se meter... até porque se qualquer mortal se mete no meio desses dois verdadeiros pit bulls, a nova disputa será quem dá a primeira patada certeira na presa que se apresenta. Assim, penso que a reação dos movimentos sociais e ativistas pela democratização da comunicação em geral deve ser direcionada a quem cria estas feras: o Estado. E o melhor espaço para cobrar que se ponha focinheira nos pit-bulls eletrônicos é a Confecom.

Utilizemos todas as denúncias da Globo em relação à Record e vice-versa. Utilizemos os instrumentos que o PIG nos deu no dia em que disse a verdade. Mas utilizemos no flanco certo, para garantir que seja fortalecido um sistema público de rádio e TV, para que as rádios comunitárias parem de ser perseguidas e fechadas, para que haja uma gota ao menos de republicanismo no trato das concessões. É na Conferência de Comunicação que podemos unificar outras vozes por um novo marco regulatório para a comunicação no país.

Em tempo, as focinheiras não são para que as feras deixem de se atacar (que morram!), e nem para impedir que haja liberdade de imprensa, objeto sagrado de defesa aos que querem ampliação da democracia no país. Entretanto, contra a liberdade de “empresa” e em defesa da liberdade de imprensa de fato, é preciso democratizar o acesso aos veículos, e é preciso regulamentar o funcionamento dos meios de comunicação, pois há emissoras que já cumpriram todos os critérios da lei vigente para perder as concessão e ainda assim apenas três ou quatro famílias são donas de todas as opiniões que são propagadas no país, oligopolizando o espaço do debate público brasileiro.

As focinheiras não são nenhuma espécie de censura, são, antes, alusão a um artigo raro na comunicação brasileira: regulamentação. Para que os pit bulls eletrônicos parem de agredir algo tão caro aos brasileiros e brasileiras que sempre lutaram e continuam lutando em prol do Brasil: a nossa democracia."
(Ver também o documentário 'Muito além do Cidadão Kane' - Documentário da BBC sobre a Rede Globo. Está disponível no Youtube e na barra de vídeo aí ao lado:
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07/08/2009

Produtores culturais terão treinamento na Unimontes


No próximo dia 13, será realizado na Universidade Estadual de Montes Claros o treinamento que visa a preparação de empreendedores culturais para a entrega de projetos com vistas ao atendimento das diretrizes do Edital 2009, da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a ser lançado pelo Governo de Minas. O curso será ministrado no prédio 2 do Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, das 14 às 17 horas.

Gratuita, a iniciativa é da Secretaria de Estado da Cultura, com o apoio da Unimontes, por intermédio da Pró-Reitoria de Extensão. O objetivo do curso é de ampliar o acesso aos benefícios da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, estimulando e qualificando os gestores culturais e demais profissionais da área para o planejamento e a elaboração dos projetos a serem apresentados no Edital 2009.

O gestor cultural da Secretaria de Estado de Cultura, Flávio de Tarso, é quem ministrará o curso. Serão repassadas informações sobre o entendimento da legislação cultural vigente e de sua dinâmica de funcionamento. Os participantes também vão receber orientação sobre o correto preenchimento dos formulários para apresentação de projetos à Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

As inscrições podem ser feitas junto à Pró-Reitoria de Extensão – Coordenadoria de Extensão Cultural -, no prédio da Reitoria, no horário das 7 às 19 horas. Mais informações pelo telefone: (38) 3229-8165.

LEI DE INCENTIVO À CULTURA - A Lei Estadual de Incentivo à Cultura (de nº 12.733/97) é um mecanismo que possibilita a realização de importantes projetos culturais no Estado. A legislação foi alterada em 2008 pela Lei nº 17.615/2008 e regulamentada pelo decreto nº 44.866/2008, em vigor, e tem como base o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Todo contribuinte que apoiar financeiramente projeto cultural poderá deduzir do imposto devido até 80% do valor destinado a realização de projeto cultural.

A Lei de Incentivo faculta a participação de pessoa física ou jurídica comprovadamente estabelecida em Minas Gerais há pelo menos 1 ano, com objetivo e atuação prioritariamente culturais expressos em contrato social ou estatuto, com atuação efetiva na área cultural. O incentivo é realizado através de dedução fiscal do ICMS e pode ser praticado por empresas com faturamento anual acima de R$ 2,4 milhões. Em 11 anos de funcionamento, a Lei já aprovou mais de 7.000 projetos.

Nota do PCdoB sobre bases militares estadunidenses na Colômbia.

4 DE AGOSTO DE 2009 - 19h00

América do Sul deve continuar uma região de paz, afirma PCdoB

“A decisão de Álvaro Uribe de assinar acordo concedendo cinco novas bases militares aos Estados Unidos é uma grave ameaça à América do Sul, praticada por um governo que novamente se presta ao serviço de peão do imperialismo na região, em contradição com a tendência contrária, de corte progressista e antiimperialista que avança no subcontinente”. Este é o teor da nota publicada a seguir, assinada por Renato Rabelo, presidente do PCdoB, e José Reinaldo Carvalho, secretário de Relações Internacionais.

A decisão dos Estados Unidos e da Colômbia volta a causar instabilidade na América do Sul, a exemplo do que ocorreu no ano passado, quando a violação feita pela Colômbia do território equatoriano já havia sido objeto de rechaço unânime dos países da América Latina.

Cai a mascara do famigerado Plano Colômbia. Após a falsa propaganda de “combate ao narcotráfico” no período Bush, sob Obama, se explicita seu objetivo real: criar uma ponta-de-lança, uma cabeça de ponte para favorecer a concretização dos intentos agressivos do imperialismo estadunidense contra os países soberanos da América Latina. Além disto, tem a função, no histórico de intervenções do imperialismo estadunidense na região, de ser ponto de apoio para novas investidas militares estratégicas, como são as mais de oitocentas bases militares norte-americanas ao redor do mundo.

Nos últimos anos, o imperialismo norte-americano perdeu terreno na América do Sul. Sua mais recente investida, a tentativa de instalar uma base militar na localidade de Mariscal Estigaríbia, no Paraguai, foi frustrada com a eleição do presidente Fernando Lugo. Forças militares do imperialismo que “assessoravam” as Forças Armadas bolivianas, foram obrigadas a se retirar do país com o advento do governo de Evo Morales. Mais recentemente, a Assembléia Nacional Constituinte do Equador determinou a proibição de bases militares estrangeiras no país.

Entretanto, os EUA seguem buscando incrementar sua presença militar na América do Sul. Além de robustecer a presença militar na Colômbia, mantém bases aéreas ligadas ao Comando Sul (SouthCom) na Amazônia peruana e trabalha por efetivar bases nas Guianas. Em meados do ano passado foi relançada a 4ª Frota da Marinha de Guerra dos Estados Unidos, integrada por belonaves a propulsão nuclear e que são ao mesmo tempo plataformas de lançamento de mísseis com ogivas nucleares.

As novas bases norte-americanas na América Latina junto com a criação da Quarta Frota Naval, põem em xeque o discurso de cooperação de Obama na Cúpula das Américas e andam juntas com a reação direitista em Honduras que resultou na cassação do presidente Manuel Zelaya. De conjunto, são reações ao ascenso de uma tendência progressista na região.

Apoiamos a reação do presidente Lula – que relacionou o ato à criação da Quarta Frota – e do Itamaraty diante das novas bases norte-americanas às portas da Amazônia brasileira, naquilo que representa uma ameaça direta a nossa soberania nacional.

Pela imprensa, Álvaro Uribe anuncia que virá se explicar numa viagem pelos países da América do Sul, ao mesmo tempo em que declara recusar-se a participar da reunião da Unasul e do Conselho Sul-americano de Defesa (CSD), convocada pelos presidentes Lula e Bachelet para discutir o assunto, na próxima segunda-feira, 10 de agosto, por ocasião da investidura do Equador na presidência de turno da Unasul. O presidente colombiano não tem nada que explicar, a não ser a seu próprio povo por crime de traição nacional ao país e deve recuar imediatamente de seus intentos.

Defendemos a posição dos povos latino-americanos, hoje compartilhada por muitos governos na região, de que a América do Sul deve continuar sendo uma zona de paz no mundo.

São Paulo, 4 de agosto de 2009
Renato Rabelo, presidente nacionalJosé Reinaldo Carvalho, secretário de RI

03/07/2009

"A Frô do Maracujá”




Preguntei a um sertanejo
Móde uma prosa puxá
Pruquê rezão nasce rôxa
A frô do maracujá?
Antonce o Dotô nun sabe?
Nunca lhe insináro não?
Essa istóra é cunhicida
Pro dimais, no meu sertão.
Apois antão, eu lhi conto
A istóra qui ouvi contá
Pruquê rezão nasci rôxa
A frô do maracujá
Maracujá já foi branco
Eu posso inté lhi jurá
Mais branco qui caridádi
Mais branco do que o luá
Quando a frô brotava nêle
Lá prus cunfim do sertão
Maracujá paricia
Um ninho de argudão
Mai um dia, há muito tempo
Num mêis que inté num mi lembro
Si era maio, si era junho,
Si era agosto ou setembro
Nosso Sinhô Jesus Cristo
Foi condenado a morrê
Numa cruis, crucificado
Longe daqui cumo o quê
Pregáro Cristo a martelo
E ao vê tamanha crueza
A Natureza intêrinha
Pôs-se a chorá di tristeza
Antonce, chorava us campo
Chorava as fôia, as ribêra
Sabiá tomém chorava
Nos gáio da laranjêra
Chorava os boi no currá
Ôtos, na manga, chorava
Pois nessa hora tão triste
A tristeza campiava
E tinha, junto da cruis
Carregadin de fulô
Um pé de maracujá
Aos pé de Nosso Sinhô
I o sangue de Jesus
Sangui pisado de dô
Nus pé du maracujá
Tingia todas as fulô.
E as fulô, coitadinha
Sintino a mêrma dô,
Ia ficano ruxinha,
Cumo sangui do Sinhô.
Apois foi essa, dotô
A istóra que eu vi contá
A rezão pruque nasce rôxa
A frô do maracujá.
Catulo da Paixão Cearense

25/06/2009

Deserto de Luz

(Foto de Solon Queiroz)

De cima do mirante a cidade
mirada, iluminada
subo no capô do carro como num camelo
olhando aquele deserto brilhante,
De dunas ricas e mazelas
Cheio de almas sozinhas, penadas...
que pena...

No céu habitantes...mitológicos :
Orion e Hercules sentados em
Centauros, Coroa Boreal, Dragão,
Hydra, Fênix, Sagitário, Escorpião,
e dunas de estrelas...Ursa Maior, Ursa Menor...

Olhamos para o alto
Para esquecer do profundo
de dentro
de nós?

E céu e terra brilham
como um espelho
refletem a solidão do outro
para preencher...

e preenchem.



Por Pó de Estrelas

29/05/2009

Aqui não Azeredo! A net é nossa!



A Internet é uma rede de comunicação aberta e livre. Nela, podemos criar conteúdos, formatos e tecnologias sem a necessidade de autorização de nenhum governo ou corporação. A Internet democratizou o acesso a informação e tem assegurado práticas colaborativas extremamente importantes para a diversidade cultural. A Internet é a maior expressão da era da informação.
A Internet reduziu as barreiras de entrada para se comunicar, para se disseminar mensagens. E isto incomoda grandes grupos econômicos e de intermediários da cultura. Por isso, se juntam para retirar da Internet as possibilidades de livre criação e de compartilhamento de bens culturais de conhecimento.

No Brasil, um projeto substitutivo sobre crimes na Internet aprovado e defendido pelo Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) está para ser votado na Câmara de Deputados. Seu objetivo é criminalizar práticas cotidianas na Internet, tornar suspeitas as redes P2P, impedir a existência de redes abertas, reforçar o DRM que impedirá o livre uso de aparelhos digitais. Entre outros absurdos, o projeto quer transformar os provedores de acesso em uma espécie de polícia privada. O projeto coloca em risco a privacidade dos internautas e, se aprovado, elevará o já elevado custo de comunicação no Brasil.

Nós, que somos mineiros, temos uma responsabilidade a mais em combater este projeto, por ser de autoria de um senador do nosso estado. Gostaríamos assim de convidá-lo a participar do Ato Público que será realizado no dia 1o de junho, às 19h30, e contará com um debate entre:

Sérgio Amadeu
Professor da pós -graduação da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero em São Paulo.
Militante do Software Livre e do Movimento Mídia Livre.

Idelber Avelar
Professor na Tulane University, em Nova Orleans – EUA
Mantém o blog Biscoito Fino e a Massa
http://www.idelberavelar.com/

Local: Teatro da Cidade
Rua da Bahia, 1341
Centro - Belo Horizonte

'Duplifalar', agora, sobre a Coreia do Norte




Por Paul Craig Roberts, para o Counterpunch

"Obama conclama o mundo a enfrentar a Coreia do Norte" – diz a manchete. Os EUA, disse Obama, estariam firmes "para defender a paz e a segurança do mundo". Palavras de 'duplifalar', de 'duplipensar', à moda de 1984."

A Coreia do Norte é país muito pequeno e pobre. A China, sozinha, pode varrer do mapa a Coreia do Norte, em minutos. E o presidente dos EUA acha que precisa do mundo inteiro para enfrentar a Coreia do Norte?
Estamos assistindo a mais uma operação dos gângsters de Washington, inventando ameaça nova, como Slobodan Milosevic, Osama bin Laden, Saddam Hussein, John Walker Lindh, Hamdi, Padilla, Sami Al-Arian, o Hamás, o presidente Máhmude Ahmadinejad e os desgraçados prisioneiros demonizados por Rumsfeld como "os 700 mais perigosos terroristas da face da Terra", que foram torturados durante seis anos na prisão de Guantanamo, para, afinal, serem libertados... sem jamais terem sido julgados. Epa! Sorry, foi um engano.

O complexo militar/de segurança que governa os EUA, associado ao Lobby israelense e ao lobby das finanças, sempre precisa ter longa lista de inimigos perigosos, para que o dinheiro dos contribuintes não pare de correr para seus cofres.
O lobby da segurança interna depende de haver infindáveis 'ameaças' para convencer os americanos a ceder suas liberdades civis em troca de qualquer segurança que o lobby deseje vender.

A questão importante é: quem enfrentará o governo dos EUA e de Israel?
Quem protegerá os cidadãos norte-americanos e israelenses, sobretudo os israelenses que se opõem ao atual governo e os cidadãos israelenses árabes?
Quem protegerá os palestinos, os iraqueanos, os afegãos, os libaneses, os sírios, contra a ameaça dos EUA e de Israel?

Não Obama, nem os camisa-verde-oliva-caqui que governam Israel.
A ideia de Obama, de 'conclamar' o mundo a "enfrentar" a Coreia do Norte é insana, mas essa ideia insana empalidece, se comparada à 'garantia' de que os EUA podem garantir "a paz e a segurança do mundo".

São os mesmos EUA que bombardearam a Sérvia, inclusive a embaixada chinesa e trens de passageiros; que entregaram a Sérvia a uma gang de traficantes muçulmanos, emprestando-lhes soldados da Otan para proteger a 'operação'... do tráfico?
São os mesmos EUA responsáveis pela morte de um milhão de iraqueanos, e que deixam órfãos e viúvas onde quer que apareçam, e que converteram em refugiados 1/5 da população do Iraque?
São os mesmos EUA que impedem o mundo de condenar Israel pelo ataque assassino contra civis libaneses em 2006 e contra civis em Gaza em 2009, os mesmos EUA que dão cobertura ao assalto israelense contra a Palestina, que já dura mais de 60 anos, assalto e roubo que já produziu quatro milhões de refugiados palestinos, arrancados de suas casas, vilas, cidades, pelo terror e pela violência de Israel?

Os mesmos EUA que fazem hoje manobras militares em repúblicas ex-soviéticas e estão cercando a Rússia com um anel de bases de mísseis?
Os mesmos EUA que bombardearam o Afeganistão até converter o país num amontoado de ruínas, com milhares de civis mortos?
Os mesmos EUA que criaram um ano novo infernal no Paquistão, ataque que, só nos primeiros dias, produziu um milhão de refugiados?

“Paz e segurança do mundo”? Mundo de quem?
Ao retornar de consulta com Obama em Washington, o ministro camisa-verde-oliva-caqui de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que seria "responsabilidade" de Israel "eliminar" a "ameaça nuclear" iraniana.
Que ameaça nuclear? Todas as agências de inteligência dos EUA concluíram, unanimemente, que o Iran não tem qualquer programa nuclear militar desde 2003. Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica já relataram que não viram nem sinal de bombas atômicas no Iran.
Quem está sendo bombardeado pelo Iran? Quantos refugiados vagam pelo mundo, tentando salvar a própria vida, por ataque comandado pelo Iran?
Quem está sendo bombardeado pela Coreia do Norte?

Os dois países que mais matam e que mais refugiados geram no mundo hoje são EUA e Israel. EUA e Israel, mais que qualquer outro país no mundo, já mataram e expulsaram milhões de pessoas que jamais foram ameaças a alguém e jamais atacaram alguém.
Não há país no mundo que rivalize com EUA e Israel, na prática corriqueira da violência assassina mais bárbara.

Mas Obama garante que os EUA protegerão "a paz e a segurança do mundo". E Netanyahu, armado com bombas atômicas, garante que Israel salvará o mundo da "ameaça iraniana".
Onde está a mídia? Por que os que lêem jornais não estão rolando de rir?

Paul Craig Roberts foi secretário-assistente do Tesouro no governo Reagan. É co-autor de The Tyranny of Good Intentions. Tradução de Caia Fittipaldi a partir do original em http://www.counterpunch.org/roberts05272009.html

28/05/2009

Reportagem - Guimarães Rosa



O trem estacou, na manhã fria,

num lugar deserto,

sem casa de estação:

a parada do Leprosário...


Um homem saltou, sem despedidas,

deixou o baú à beira da linha,

e foi andando. Ninguém lhe acenou...


Todos os passageiros olharam ao redor,

com medo de que o homem que saltara

tivesse viajado ao lado deles...


Gravado no dorso do bauzinho humilde,

não havia nome ou etiqueta de hotel:

só uma estampa de Nossa Senhora do

Perpétuo Socorro...


O trem se pôs logo em marcha apressada,

e no apito rouco da locomotiva

gritava o impudor de uma nota de alívio...


Eu quis chamar o homem, para lhe dar um sorriso,

mas ele ia já longe, sem se voltar nunca,

como quem não tem frente, como quem só tem costas...

20/05/2009

Cigarros: de James Dean a Mario Quintana.



Por Henrique Nunes, jornalista do Diário do Povo, Campinas -SP


“O cigarro de James Dean era o primor das cocotinhas desvairadas, virgens desbocadas prontas para o abate. O charuto inseparável de Ernesto Che Guevara gerenciava (e ainda gerencia) a calmaria na trincheira inconstante de estudantes de esquerda. Afinal, o cigarro é a maneira disfarçada de suspirar, disseram um dia os pulmões inflados do poeta Mario Quintana.


Fumar é a representação blasfêmica da influência involuntária. Por isso, a depender do cliente, fumar pode ser belo como Dean, revolucionário como Che ou poético como Mario. Mas nada disso mais parece importar. A onda agora é dizer que o cigarro com selinho industrial é somente o câncer capital da indústria do consumo. E isso não é moralismo social, é tabagismo moral, é consciência banal de que somos caretas quando o assunto é ser autêntico. Em suma, fumar sempre foi o hábito desabitado de nossos “eus”.


Fazer o que, se botar cinza no peito tem outros tipos de efeitos sobre a nossa consciência? Dizem que a cada baforada da globalização um novo óbito é posto na escala mundial das estatísticas. E o que isso importa se o trago intragável das campanhas contrárias não consegue convencer que não fumar é melhor do que sentar no ponto de ônibus e acender um cigarro? Não há outra maneira de ser Dean, Che ou Quintana a não ser durante os 5 minutos em que a brasa se perpetua.


Ah, e convenhamos, há de se admitir que para muita gente é sempre bom ter a companhia silenciosa das companhias de tabaco. Ou você, fumante como eu, vai dizer que não é bom tragar ao tom de Tom e saborear a cólera de saber que se está morrendo, embora podendo deixar na memória a imagem imortal de uma sexy tragada?. Mas fumar, diga-se, é a pedagogia persistente da personalidade. Aprendemos a tragar com o tempo e com o tempo aprimoramos o “nosso” jeito de fumar.


O fato é que, com ou sem bar, com ou sem lei, com ou sem olhares desconfiados, nada apagará a chama incendiada por Dean, Che, Quintana e todos os outros anônimos ou famosos que já inflaram os pulmões para exaltar o óbvio: o cigarro faz mal e eu o quero mesmo assim. Assim, sem o receio de mandar à mesa ao lado uma fumaça que apenas me pertence, darei um jeito para pitar seus prazeres sem levar de prêmio um inconveniente sorriso amarelado.


Se o tabaco é questão de saúde pública, usarei a minha privacidade para burlar a militância que botou fogo nessa história. Por enquanto, seja aonde for, continuarei acendendo este carcomido canudo branco para por em prática as cinzas da minha incoerência.”

14/05/2009

Cores além do que vemos.

Sempre fui apaixonada por cores. Sempre convivi bem com elas.
Minha mãe pintava e trabalhava num escritório em casa.
Desde criança tive acesso a tintas e lápis de cor, lápis de cera, e até as maquiagens e batons da minha mãe me encantavam.
Qualquer papel carbono colorido era uma festa, e uma bagunça. (risos)
Não tinha dificuldades para percebê-las, nem para identificá-las e misturá-las.
Era muito natural saber que amarelo + azul = verde.

Depois da Facul então minha curiosidade sobre as coisas relativas à linguagem e percepção visual aumentaram.
Passei a amar Rudolf Arnheim (Arte e percepção visual) e Israel Pedrosa (Da cor a cor inexistente).

Mas o que é a cor?

"A cor é uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, que transmitem através de informação pré-processada no nervo óptico, impressões para o sistema nervoso.”

Imagine- se na frente de 3 canhões de luz. Um amarelo, um vermelho e um azul. E esses canhões de luz acionam ventiladores quando as luzes estão acesas.
O azul sopra fraco, e é um vento curto.
O amarelo sopra um pouco mais forte que o azul e um pouco mais.
O vermelho sopra forte e por um tempo maior que os outros dois.
É assim que as células especializadas na sua retina, nos olhos, percebem as cores. Por isso as cores possuem o chamado Comprimento de onda.



"A cor de um material é determinada pelas médias de freqüência dos pacotes de onda que as suas moléculas constituintes refletem. Um objeto terá determinada cor se não absorver justamente os raios correspondentes à freqüência daquela cor.”

Lembre da sua blusa azul:
O tecido foi banhado em uma solução química que faz com que a sua blusa absorva todas as ondas referentes às cores do arco íris que existem na luz, e só rejeite as ondas curtas. Resultado: Ela só reflete o azul. E assim nós temos uma blusa azul.

“A cor é relacionada com os diferentes comprimento de onda do espectro eletromagnético. São percebidas pelas pessoas, em faixa específica (zona do visível), e por alguns animais através dos órgaos de visão, como uma sensação que nos permite diferenciar os objetos do espaço com maior precisão.
Considerando as cores como luz, a cor branca resulta da sobreposição de todas as cores, enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma. Na natureza, esta decomposição origina um arco-íris.”
Fácil né?
É só você pegar um cristal e colocar no sol. Ele vai decompor as cores da luz e você vai ver um “feixe" colorido como um arco íris
Quando se fala de cor, há que distinguir entre a cor luz ou a cor pigmento.

(Mas antes vamos entender o seguinte:Cor primária é aquela que não é obtida com a mistura de nenhuma cor.Cor secundária ou composta: é aquela criada a partir da mistura de duas cores primárias.)

No primeiro caso, chamado de sistema RGB, temos os objectos que emitem luz monitores,televisão, Sol, etc.). As cores primárias de luz são :Vermelho, Azul (cobalto), Verde. E se juntarmos os diferentes comprimentos de onda dessas cores teremos a cor branca.
No segundo sistema CMY, cor pigmento, iremos manchar uma superfície sem pigmentação (branca) misturando-lhe as cores primárias de pigmento; Ciano + Magenta + Amarelo.
Mas aí vc vai me dizer:
“Eu aprendi na escola que as cores primárias de tintas eram vermelho, azul e amarelo!”
É o seguinte: antes da invenção do prisma e da divisão do espectro da luz branca nada disto era conhecido, pelo que ainda hoje é ensinado nas nossas escolas que Amarelo/Azul/Vermelho são as cores primárias das quais todas as outras são passíveis de ser fabricadas, o que não é incorrecto. As cores percebidas por nossos receptores visuais não correspondem as cores encontradas na Natureza.
Na Natureza amarelo, azul e vermelho são as cores de onde todas as outras se originam a partir de suas combinações: amarelo + azul = verde, vermelho + amarelo = laranja, azul + vermelho = roxo. A combinação de cores primárias formam cores secundárias, que combinadas com cores secundárias formam cores terciárias e assim por diante.

Bom..esse texto ficou bem grande né?Mas como o assunto é interessante eu continuo depois, e trarei várias curiosidades.

Inté.

11/05/2009

Estação Ferroviária de Buritizeiro- Abandonada.

A estação e ao fundo, o armazém, em 08/2005. Foto Rodrigo Cabredo

Estação Independência...
É esse o nome da Estação desativada de Buritizeiro...
Parece piada né?

Sempre imaginei projetos que fizessem com que o prédio da estação ferroviária fosse valorizado, tanto por sua beleza, como por sua importância histórica, quanto pela sua funcionalidade por estar num ponto bem localizado da cidade.
Imaginei e cheguei a projetar e a apresentar a idéia para o poder público, que era quem eu imaginava que se interessaria e teria condições de torná-la real.

Não obtive resposta...

Pesquisando um "cadim" mais sobre esse "trem", descobri que não só a casca que ainda se suporta de pé tem uma imagem bonita, mas que também sua história é permeada de ideais de grandeza e de modernização.


Em 1928, a estação e o armazém de Independência. Foto Max Vasconcellos

Aí vão alguns dados:
  • BURITIZEIRO (antiga INDEPENDÊNCIA)Município de Buritizeiro, MG;
  • Ramal de Pirapora-km 1007,873
  • E. F. Central do Brasil (1922- 1930) ;
  • Inauguração: 28.10.1922 -com trilhos.;
  • TOMBAMENTO histórico: prédio da Estação Ferroviária. Buritizeiro: [s.e], 1999.
  • Uso atual: abandonada.

HISTORICO DA LINHA: O ramal de Pirapora, que saía da estação de Corinto, chegou em 1910 a Pirapora, às margens do rio São Francisco, mas para cruzar o rio através de uma ponte ferroviária, levou 12 anos, quando foi inaugurada a estação de Independência (Buritizeiro) na margem oposta. Nessa época, o trecho fazia parte da Linha do Centro da Central do Brasil. Nos anos 1930, entretanto, com a maior afluência de tráfego na linha para Monte Azul, esta passou a ser parte do tronco e o trecho Corinto-Pirapora passou a ser apenas um ramal. Na mesma época, Buritizeiro foi desativada, junto com a ponte sobre o São Francisco. O ramal nunca passou dali, ao contrário dos planos de 1922, que pretendiam chegar a Belém do Pará. No final dos anos 1970, o tráfego de passageiros foi desativado no trecho. A linha permanece ativa até hoje (2003), pelo menos oficialmente. Ainda há trilhos sobre a ponte do São Francisco...

A ESTAÇÃO: A estação de Independência foi aberta em 1922 e recebeu o nome como homenagem ao centenário da Independência do Brasil, comemorada nesse ano. A estação foi inaugurada juntamente com a grande ponte ferroviária sobre o rio São Francisco. Fazendo parte da linha do Centro na época, era a última estação, a terminal, mais de mil quilômetros distante do Rio de Janeiro. Era também a primeira estação além do grande rio, o Velho Chico. Dali deveria seguir a linha para Belém do Pará, como previa Max Vasconcellos, em seu livro As Vias Brasileiras de Comunicação, em 1928: "Aqui, onde a vastidão deste cenário e a imponência deste rio dão a visão suntuosa da grandeza do Brasil, termina a Linha do Centro. Em futuro que não poderá estar muito afastado, os 2.547 km que medeiam entre a ponta dos trilhos e a cidade de Belém, no Pará, estarão cobertos pelos dois fios de aço que encurtam as distâncias e solidificam a integridade das nações de território vasto. E entre silvos sonoros e vitoriosos, a alegre locomotiva irá buscar em 3 dias os nossos irmãos do norte, que hoje levam 15, a chegar à capital do seu País".

Na casa de turma, em 08/2005, a inscrição: "EFCB - 5a divisão". Foto Rodrigo Cabredo


Mais tarde, o prolongamento não veio, a ponte virou rodoviária sem que lhe tirassem os trilhos, o nome foi alterado para o do distrito à qual pertencia - Buritizeiro - que finalmente se tornou município autônomo. A estação foi desativada já nos anos 1930, os trens não cruzavam mais a majestosa ponte, a linha já não era mais a tronco da Central, mas simplesmente o ramal de Pirapora. "A linha, ao cruzar o rio, seguiria para o norte via Formosa e teria um ramal para Patos. Com base em cartas de navegação da USAF dos anos 40, vê-se que a linha foi aberta até um lugar denominado Paredão de Minas. Em Pirapora, entrevistei pessoas que me garantiram que a linha foi estendida até lá. Alguns pilotos também dizem isto. O fato é que não encontrei documentos da Central sobre a operação da linha, apenas da construção. Na estação, a plataforma é revestida de ladrilhos amarelos, e ainda há linhas no pátio, mas encobertas pela areia do rio São Francisco. " (Pedro Paulo Resende, Vespasiano, MG) "Quando estive lá, por volta de 1990, a estação de Buritizeiro ainda estava de pé. Aquela ponte é uma comédia. Hoje é utilizada para tráfego rodoviário, porém devido à estreiteza só passam veículos em uma mão por vez. O absurdo reside no fato de que eu não sei como aquela ponte chegou a suportar material ferroviário, já que toda vez que um carro passava a ponte sacolejava tanto que eu parava de andar de puro medo." (Nicholas Burman, 04/2003).


Bela porta em Buritizeiro, 08/2005. Foto Rodrigo Cabredo


Acho que está na hora de deixarmos de virar piada aos olhos dos visitantes, não é?

Acho que está na hora de deixarmos de virar piada aos nossos olhos.

E penso que é hora de abrirmos os olhos e olhar para os lados, contemplar e fazer ver a todos as nossas belezas, a nossa grandeza ribeirinha, a nossa simpatia de sermos Mineiros, de uai's, de trens, de pontes e de causos.

Reconquistar nossa "Independência"...

29/04/2009

Toque de recolher...



De uns tempos para cá eu tenho me pegado relativizando demais...
Tava até lendo um texto sobre o "relativismo moral" e me assustei com a imparcialidade com que eu estava vendo todas as coisas... (porque, afinal, tudo é muito relativo, tem várias facetas que tem de ser levadas em consideração... e blá, blá, blá.)

Mas poxa, o que um adolescente de 12 anos e criança com idade abaixo dessa tem de estar caçando na rua depois das 20:30?
Vão jantar com os pais, ter uma conversa em família, brincar com seu cachorro, ler! Querem brincar na rua? Está bem... Nada impede um joguinho de futebol na porta de casa com os pais na calçada olhando...
E está faltando interação de pais com filhos.
Essa natureza de criar os filhos “livres” é uma desculpa esfarrapada para não dar educação aos moleques e molecas que chegam à escola “revoltadinhos”, e os pobres dos professores é quem aguentam.

“Os jovens entre 13 e 15 anos devem voltar para casa às 22 horas.”
Esse horário está bom demais! Porque nessa idade eu comia mais que o meu pai e dormia mais que um bebê de seis meses... Era uma preguiça absurda! (vai dizer que com você era diferente?!)
Para acordar de manhã era um mau humor de lascar e quando chegava da aula queria almoçar e dormir de novo...
Resultado? Ficava ligada a noite, dormia tarde e a leseira se repetia no dia seguinte... Pudera! Eu ia dormir mais de 1:30 da manhã assistindo as porcarias da globo e tinha que acordar às 6 da manhã... Não dava nem 5 horas de sono.

“Os que tiverem entre 15 e 17 anos podem ficar em locais públicos até as 23 horas. Menores de 16 anos também estão proibidos de frequentar lan houses. Em Mirassol e Fernandópolis, apenas quem tem mais de 18 anos pode permanecer nas ruas após as 23 horas.”

Essa discussão toda me parece muito mais profunda do que estatutos e constituições.

Primeiro eram os professores que estavam virando educadores, agora são os Juízes e o poder legislativo que tem que educar?!
E os pais dessa galera? Que mesmo tendo a maldita da TV em casa com os lixos de programação andam fazendo filho a torto e a direito?
É porque ta fácil:
Hoje tem conselho tutelar, juízes, professores, avós... Todos pegando pra si a obrigação de cuidar das crianças e jovens porque dos pais eles não estão recebendo isso.
Aí os pais conservadores ligam a TV e dizem: “é... essa lei ta certa”
Ou os pais “legais” dizem: “é essa lei é um exagero...”
Enrolam o rabo e sentam em cima!

De qualquer forma não estou discordando dessas leis não.
Afinal se estão faltando políticas publicas pra juventude e educação de berço, vai se fazendo o que se pode. “Mas péra lá né?”
Façam o favor de liberar os fins de semana pra moçada!!!

14/04/2009

Ingresso nas Universidades Federais

Há mais ou menos uma semana atrás assisti no Fantástico, uma matéria fantasticamente manipulada pelos interesses da emissora.
O tema destacado era o fim do vestibular nas universidades federais e a substituição da prova pelo Enem – exame nacional do ensino médio.
Numa prova de total descaso para com a classe estudantil (os grandes interessados) o entrevistador se limitou a recolher opiniões isoladas de um grupo de estudantes, selecionados não se sabe como.
Mais uma vez a UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e a UNE – União Nacionais dos Estudantes não foram consultadas...
Assim sendo, para aqueles que se interessam em saber afinal de contas que diabo de mudanças serão essas coloco aqui o pronunciamento das entidades:


Em São Paulo, estudantes vão às ruas pelo fim do vestibular

A UNE e a UBES vão às ruas no próximo dia 15 de abril, em São Paulo, para reivindicar o fim do vestibular. O ato, que faz parte das manifestações Abril para a Educação, terá concentração a partir das 9h, no vão do Museu de Arte de São Paulo – Masp: Avenida Paulista, 1578.

Segundo as entidades, para democratizar o acesso à universidade não basta unificar os vestibulares se apoiando no atual modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), como propõe o Ministério da Educação (MEC). É preciso mais investimento na Educação, que vise uma reformulação do Ensino Médio e políticas que contemplem a assistência estudantil.

Além de proporcionar mais oportunidades para o estudante que não tem condições de se inscrever em diversos vestibulares e em bancar os gastos com viagens para outros estados, é preciso garantir moradia, transporte e alimentação para esse mesmo estudante que deixa sua cidade para ingressar numa universidade em outro estado.

As entidades acreditam que por se tratar de um assunto de extrema relevância não pode estar atrelado à agenda eleitoral. "É preciso uma discussão ampla com a sociedade, principalmente com a comunidade acadêmica. Não pode ser colocada como uma proposta unilateral isolada. O vestibular é apenas um dos pontos para a universalização do ensino", declara Lúcia Stumpf, presidente da UNE.

Outro ponto reprovado é o uso do ENEM como prova base para a unificação. Além de ser insuficiente para avaliar será mantido o atual sistema de prova única. "Seria como trocar seis por meia dúzia. O melhor é aplicar o ENEM de maneira seriada, ou seja, no final de cada ano do Ensino Médio", diz Ismael Cardoso, presidente da UBES.

Dossiê Paulo RenatoAcontece no mesmo dia a posse oficial do ex-ministro da Educação Paulo Renato como novo secretário estadual de Educação do Estado de São Paulo. Os estudantes sairão do MASP, na Avenida Paulista, e seguirão até a sede da Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, onde entregarão a um representante da secretaria um dossiê sobre a gestão de Paulo Renato quando ministro da Educação durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Abril para a Educação:15 de abril, concentração a partir das 9h, no vão do MASP - Avenida Paulista, 1578Final previsto para o final da manhã, em frente à Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, centro”
Da redação do estudantenet.

07/04/2009

Entrevistado acusa fraude em matéria da 'Folha' sobre Dilma

Dilma Rousseff: A injustiçada.

Quando o cabelo vermelho esquenta, e o sangue vermelho ferve nas veias...ái, ái..
Essa matéria que publico agora foi escrita pelo jornalista que supostamente deu as informações ao jornal sensacionalista e reacionário: a da Folha de São Paulo.

6 DE ABRIL DE 2009 - 15h07

A Folha de S.Paulo preparou uma “armadilha” para a Dilma usando uma entrevista que concedi a uma das suas repórteres da sucursal de Brasília.

Por Antonio Roberto Espinosa*

Encaminhei a carta abaixo à redação. E peço que todos os amigos que a façam chegar a quem acharem necessário: redações de jornais, revistas, emissoras de TV e pessoas que talvez possam ser afetadas ou se sintam indignadas pela má fé dos editores do jornal. Como sabem, sou favorável à transparência, por achar que a verdade é sempre o melhor caminho e, no fundo, revolucionária.

À coluna “Painel do leitor”

Seguem cópias para o Ombudsman e para a redação. Vou enviar cópias também a toda a imprensa nacional. Peço que esta carta seja publicada na próxima edição. Segue abaixo:
Prezados senhores,Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa “Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Neto”, e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na íntegra, sem edições ou cortes, na edição de amanhã, segunda-feira, 6 de abril, no “Painel do Leitor” (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar. Esclareço preliminarmente que:

1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em “investigações” telefônicas;

2) Nossa primeira conversa durou cerca de três horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponível a todos os interessados;

3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, porém, não conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos à minha participação na luta armada, não da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o sítio Gramadão, em Jundiaí, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o sequestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).

Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o sequestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octavio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:

1) A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;

2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;

3) Dilma sequer teria como conhecer a ideia da ação, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que “informação política” é algo completamente distinto de “informação factual”. Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como “vamos sequestrar o Delfim, você concorda?”. O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para sequestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturados sofridas. A esse propósito, convém lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;

4) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou “doutorando em Relações Internacionais”, mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que “a ação chegou a ter data e local definidos”. Se foi assim, qual era o local definido, o dia e a hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;

5) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a frequência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sítio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logístico, armas, locais de esconderijo etc. Somente após o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública à nação etc. O comando nacional só participaria do planejamento , portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivência militar;

6) Chocou-me, portanto, a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal – apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado –, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.

Osasco, 5 de abril de 2009

Antonio Roberto Espinosa

* Antonio Roberto Espinosa é jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de Abraços que Sufocam — E Outros Ensaios sobre a Liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe

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04/04/2009

O Sono das Águas (Guimarães Rosa)



Há uma hora certa,

no meio da noite, uma hora morta,

em que a água dorme. Todas as águas dormem:

no rio, na lagoa,no açude, no brejão,

nos olhos d’água,

nos grotões fundos.

E quem ficar acordado,

na barranca, a noite inteira,

há de ouvir a cachoeira

parar a queda e o choro,

que a água foi dormir...

Águas claras, barrentas, sonolentas,

todas vão cochilar.

Dormem gotas, caudais, seivas das plantas,

fios brancos, torrentes.

O orvalho sonha

nas placas da folhagem.

E adormeceaté

a água fervida,

nos copos de cabeceira dos agonizantes...

Mas nem todas dormem, nessa hora

de torpor líquido e inocente.

Muitos hão de estar vigiando,

e chorando, a noite toda,

porque a água dos olhos

nunca tem sono...

27/03/2009

Fundação Caio Martins - Fucam - " A solução" Episódio II

(Desculpe a foto repetida, é que não encontrei nenhuma outra na net..e nem o site da Fundação...se alguém souber me informar..)

Matéria retirada do Site da ALMG:

“ Em dezembro de 2008, após visita às instalações da Fucam, deputados denunciaram o abandono da instituição. Em pelo menos uma das unidades, verificou-se camas e televisões quebradas, colchões e roupas de cama rasgados, oficinas sem equipamentos, falta de estrutura. Em fevereiro de 2009, o governador Aécio Neves finalmente assinou decreto duplicando para R$ 5 milhões o orçamento anual da Fucam. O fato foi informado à Assembléia pelo próprio Presidente da Fucam Cloves Benevides, subsecretário de Estado de Políticas Antidrogas, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde, por meio do deputado Almir Paraca, um dos que havia visitado a fundação. O deputado considerou que a medida era um reflexo das cobranças feitas.

Na quinta-feira (19/3/09), às 14h30, Cloves Benevides foi ouvido pela Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
O subsecretário falou sobre o funcionamento e gerenciamento da Fundação Caio Martins (Fucam), que ele preside. A reunião foi no Auditório da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. A audiência teve o propósito de mostrar o que foi feito nos últimos três meses pela pasta.

Segundo o deputado, a principal mudança é o processo de recuperação da Fucam e a democratização de sua gestão. De um orçamento original previsto no ano passado de cerca de R$ 1 milhão, a fundação conta com recursos de R$ 3,1 milhões em 2009, com uma suplementação de R$ 2,3 milhões autorizada logo depois da indicação de Benevides para a presidência da instituição e da audiência na Assembléia, realizada no final do ano passado.
As primeiras iniciativas do novo gestor foram a recuperação da estrutura das casas-lares e das oficinas profissionalizantes. Para tanto foram adquiridos dois mil colchões, travesseiros, toalhas de rosto e banho e roupa de cama, como ação emergencial, diante do completo sucateamento de algumas unidades no Norte de Minas, constatada à época pelos deputados da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização.

Além disso, segundo Cloves Benevides, foi feita a modernização administrativa, com a implantação do conselho curador, conforme exigência da legislação de fundações; e a criação de colegiados paritários, com representantes de alunos, ex-alunos, professores, Ministério Público, Secretarias de Educação, de Desenvolvimento Econômico, de Agricultura e de Defesa Social, em todas as unidades; além da mudança da sede administrativa para um espaço mais amplo.
Outras ações, segundo Cloves Benevides, são a elaboração de diagnósticos diversos, entre eles o que irá definir o perfil do aluno da Escola Caio Martins; e a redefinição do público de atendimento, com ênfase no atendimento de alunos externos, que deverá elevar este público para 5 mil alunos até dezembro deste ano. A Fundação Caio Martins atende hoje 976 adolescentes em regime de internato e 578 em regime de externato.

Modelo de acolhimento é exemplo de combate à violência:
O modelo de acolhimento dos adolescentes carentes, baseado na formação educacional profissionalizante e no abrigo em casas-lares, foi considerado um instrumento privilegiado na política de combate à violência e de ações antidrogas, pelos deputados e também por Benevides. Para o presidente da Fucam, o modelo que substituiu o sistema adotado nas antigas Febems está presente na fundação há mais de 20 anos.
Plano Decenal - Outros a saudar a gestão de Cloves Benevides foram os deputados Eros Biondini (PHS), João Leite (PSDB), Domingos Sávio (PSDB), Carlin Moura (PCdoB) e o presidente da comissão, André Quintão (PT). Biondini atestou a competência do novo gestor da Fucam pelo trabalho que desenvolve à frente da Subsecretaria de Políticas Antidrogas, enquanto Carlin Moura afirmou que a Fundação Caio Martins precisa ser integrada à discussão do Plano Decenal de Educação.

Aberto ao público, o debate teve a participação de diversos ex-alunos da Escola Caio Martins, todos manifestando apoio à gestão de Cloves Benevides. Ele informou ao deputado Carlin Moura ter mantido contato com a equipe que trabalha no Plano Decenal de Educação, para uma reaproximação da instituição com a Secretaria de Estado da Educação.

Requerimentos - Foram aprovados (mais) dois requerimentos: do deputado Almir Paraca, de audiência pública para discutir o programa Casas de Cidadania, da Defensoria Pública em parceria com a UFMG; e do deputado Ademir Lucas, para visitar as unidades da Fucam. "

Pois é meu povo... Ainda estou sem saber do "relatório completo sobre os recursos humanos da instituição educacional, com quadro de funcionários, cargos e salários dos trabalhadores que passaram pela Fucam até o dia 30 de novembro de 2008" que foi pedido no 1º requerimento de Dezembro...

Acho que a melhor forma de constatar isso é indo perguntar lá né? Então vou fazer uma visitinha para os internos da FUCAM...

Aguardem-me...

Continua...

MINAS É A MÃE, BENÇA MÃE...



O jeito mineiro de ser o que é? E por quê? O ser mineiro é um modo particular de ser que se pode descrever, mas que é difícil de se entender. Quem fala muito dá bom dia a cavalo, dizia minha mãe pra conter meu ímpeto falatório. Quem fala se expõe, arrisca-se, pode parecer bobo, meio idiota, exibido, ridículo. Mineiro morre de medo do ridículo, de ser gozado, criticado. Quer matar um mineiro? Ria dele! Por isso todo mineiro toma a iniciativa da gozação. Chega, fica num canto e arranja logo alguém para gozar. É capaz até de tomar a iniciativa de gozar de si mesmo para não ser gozado por outrem. Falar mal de alguém é um modo de se proteger da fala do outro. Mas falar mal pode até ser um modo de falar bem, porque o pior é não ser falado. Cair no olvido.

Fica calado e quieto. Gesticular também não dá, pode parecer espalhafato, teatro, apresentação. Quem se mexe desperta a atenção, instiga a caça, fica vulnerável, na mira do ataque. Ficar quieto, fingir de morto, no silêncio, na tocaia de si mesmo, protegido do outro. Mineiro que veio do mato sabe de caça e caçador. Milton já cantou, o caçador de mim.Mineiro ao abre a guarda, não mostra a casa, não exibe a riqueza, não grita da janela, não sai correndo de jeito nenhum e de lugar nenhum. Chega devagar, fica devagar e sai mais devagar ainda. Tem que se proteger de algo.

Mineiro olha de cima, mas não por cima. Mineiro falante veio de fora. Mineiro direto, aberto e agressivo é desvio de rota, não é caminho normal. Mineiro é ético, não se arrisca no roubo, no assalto, na aventura. O erro pode não dar certo. Mineiro é mais da ordem, do caminho percorrido, conhecido, estabelecido. É mais status que mudança de status. É mais terno que manga curta, mas sapato que tênis, mais automóvel que carro esporte. Mais casamento que caso fora de casa. Mais de café preto que chás variados.

Já a mineira é tudo isso que mineiro é e muito mais. Se pede com olhar, esconde-se na recusa. É mãe mesmo quando não tem filhos. Até os 20 é um pecado. Depois é muito mais. Transpiro todos os pecados numa virtude só. Surpreende e depois se esquece. Te ama com paixão e depois te deixa sem dó nem piedade. Basta por óculos escuros ou mesmo Ray-ban que vira outra, sem remorso. Porque mineira não se reduz ao mineiro, vai muito além. Mineira é ótima, diferente dos demais seres humanos, vem de um fundo que ninguém sabe, de um interior que não tem no mapa, fronteiras desconhecidas.

E tudo isso pode ser visto e sentido, não explicado. Pode ser descrito, mas não fundamentado. É porque veio do interior ou porque nunca saiu de lá. É porque sempre foi camponês e se escondeu detrás das serras e dos montes. É porque foi judeu-novo, migrante corrido, foragido, desconfiado e que chega atrás de suas origens. É porque teme e Deus e conversa com o Diabo. É porque tem certeza do certo e duvida até do duvidado. Gosta do reverso e começa tudo pelo contrário, torcendo para dar certo. É porque ri do moderno porque sabe que tudo no fundo é mesmo muito antigo sempre renovado.

Mas por tudo isso, de onde veio mesmo e para onde vai? Ninguém vai saber porque não se fala, mas se olha e se ri como se tudo já tivesse sido dito. O sabido do ignorado.Se um dia o Brasil acabar, Minas continua. Tem horizonte para tal, tem substancia para durar, tem ainda muitos casos para contar, distâncias a percorrer, pecados a expiar, contas a fazer, saudades a matar...
Minas vive em divida consigo mesma, fazendo promessas para pagar. É sua forma de ser eterna nesse trivial do cotidiano. Vive sangrando minério, exportando seu ser para o mundo, em silenciosos trens que não param de ir, sem nunca mais voltar. Levando Itabirito, Itabira, Conselheiro Lafaiete, Montanhas. Minas é o único lugar do mundo em que se exporta montanhas e não fica rica.

Por tudo isso é que, quando tenho vontade de rever o Brasil, vou a Minas Gerais. E volto cheio de mim. Carregado de coisas, como se tivesse mergulhado no tempo e me perdido no espaço, virado de repente um ser planetário vivendo no interior do mundo. Minas para mim tem várias cidade e poucos endereços. Bocaiúva, Neves, Belo Horizonte. É Rua Ouro Preto e Ceará. A primeira mudou de nome; na segunda, sumiram com minha casa. Minas na verdade hoje é mil amigos que não vejo e minha mãe. Bença, mãe.

Herbert de Souza, o Betinho...

26/03/2009

A Fundação Caio Martins – FUCAM “O Problema” - Episódio I



A Fundação Caio Martins foi fundada há 60 anos para acolher e profissionalizar órfãos do meio rural. Hoje, ainda é voltada para o atendimento a menores em situação de risco social. Tem seis unidades no Estado, sendo a maior em Esmeraldas, que acolhe 300 menores. As demais instalações ficam no Norte de Minas: em São Francisco, Januária, Juvenília, Buritizeiro e Riachinho. Além da formação agrícola, voltada para a agricultura familiar, oferece também oficinas de formação profissional em marcenaria e panificação. A Fucam tem hoje seis unidades, com 1.350 alunos em regime de internato e semi-internato.


Em dezembro de 2008, a Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização fez uma audiência para discutir a carência de recursos da Fucam, o subsecretário Cloves Benevides, na época recém-nomeado para assumir a direção da fundação, não tinha condições de apresentar um diagnóstico preciso sobre a fundação.


Benevides informou também que em 90 dias apresentaria um diagnóstico estrutural da rede de escolas, com definição de novos projetos e parâmetros de funcionamento. "Até lá vamos estudar alternativas, mas é certo que temos que investir em mais cursos profissionalizantes e em novas tecnologias", afirmou.


Em dezembro, após visita às instalações da Fucam, deputados denunciaram o abandono da instituição. Em pelo menos uma das unidades, verificou-se camas e televisões quebradas, colchões e roupas de cama rasgados, oficinas sem equipamentos, falta de estrutura.


"A situação é de abandono. Recentemente fomos obrigados até a fazer uma campanha do agasalho para os alunos, o que mostra o quão grave é a situação. Nem mesmo os programas da Secretaria de Estado de Esportes chegam à Fucam, evidenciando o abandono da instituição"


A representante do Corpo de Voluntariados da Fundação Caio Martins, Nelma França, ressaltou que cada aluno da entidade custa R$ 51 aos cofres públicos e um preso sai por R$ 1.500. "Todos sabem que a fundação virou um grande problema para o Estado. Então temos que refletir. Será que isso está certo?", indagou. O presidente da Associação de Ex-alunos, Amauri Rodrigues, criticou a postura dos últimos diretores e sugeriu a formação de uma comissão de ex-alunos e especialistas da área da educação para discutirem a formação de um novo modelo para a Fucam. "A Fundação virou um cabide de empregos. Altos salários são pagos aos diretores, enquanto funcionários sobrevivem com pouco mais de R$ 400", reclamou.


A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou dois requerimentos em 10/12/08:
O primeiro requerimento pedia um relatório completo sobre os recursos humanos da instituição educacional, com quadro de funcionários, cargos e salários dos trabalhadores que passaram pela Fucam até o dia 30 de novembro de 2008.
O segundo requeria um inventário patrimonial da entidade.

Continua...

10/03/2009

Dia Internacional da Mulher

(Pinturas de Gustav Klimt)


Bandeiras de lutas flamulando há quantos anos?

08 de março de 1857;
08 de março de 1908;
28 de fevereiro de 1909...
25 de março de 1911;

E por ai contamos anos e anos de muito suor, lágrimas (sim, porque as mulheres choram!), força, coragem!
Estamos no ano de 2009.
E quantas super mulheres você conhece?
Sua mãe, uma tia, esposa, namorada, amiga...

Minha amiga e camarada Maíra é uma super mulher.
Ela tem jornada tripla! É sim: Estuda, trabalha, cuida da casa e do filho lindo.
Essa mulher tão emancipada e livre é dona do seu corpo, da sua mente, da sua vida.
Exemplo de conquista, de independência a duras custas.

Mas assim continuaria sendo se estivesse no lugar das outras duas que irei citar?

Ainda nesse mesmo ano temos exemplos do quanto o nosso bem mais precioso, nosso corpo, ainda é alvo de mesquinharias e ataques feitos por uma moral questionável de homens, e mulheres que apóiam esses homens.

O ano mal começou e temos a notícia de uma menina de 9 anos que era abusada sexualmente pelo padrasto. E a atrocidade só foi descoberta porque a criança engravidou!
Imagine: uma criança grávida de gêmeos...
Todas as providências tomadas para minimizar os efeitos desse crime: padrasto preso, é autorizado o aborto dos fetos, conforme O Código Penal Brasileiro no seu artigo 128, do Decreto - Lei n° 2848 de 07/12/1940, diz: "Não se pune o aborto praticado por médico:"I - Se não há outra maneira de salvar a vida da gestante. “II - Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu responsável legal”.
O caso dela se adéqua a todos os itens.
Então, do alto de “todo o seu poder eclesiástico”, um bispo (que não merece nenhuma reverência da minha parte, seja letra maiúscula ou citação do seu nome), criou uma baita confusão.
A defesa da vida humana... mas afinal que vida?
A vida de uma menina traumatizada com reais chances de morrer durante a gravidez, a “vida” de dois fetos, ou a vida de um humano “pós espetáculum”, dito representante de Deus...

Graças a Deus a menina foi operada, passa muito bem, o padrasto continua preso, e a justiça dos homens julgará o que será melhor para essa criança.
Ah! A mãe da menina e os médicos foram excomungados... Que pecado! Excomungar quem salva vidas...

O bispo seguiu bem o exemplo do Vaticano, instituição machista e que tantas vezes teve sua imagem manchada de sangue, que queria de todo modo impedir que uma mulher em estado vegetativo tivesse o direito ao “descanso eterno”. A justificativa para isso é que foi a mais esdrúxula que já vi: a Italiana ainda estaria em fase reprodutiva...
Como colocou um amigo meu: quem iria transar com essa mulher? Qualquer tentativa de engravidá-la caracterizaria estupro... Acho que não pensaram nisso. e de tanto não pensar é que vemos esses absurdos.
Quem pensou foram os médicos que decidiram apressar a morte da italiana. Mais uma vez esses anjos vestidos de branco...

Lutamos por tanto, conquistamos tantas coisas, e ainda hoje querem nos tirar o direito ao nosso corpo!

Tenha dó, que nós teremos fé. Sobre as passeatas que foram feitas nesse domingo, continuaremos fazendo!

E um feliz dia das mulheres para todos e todas.

Las Meninas de Velazquez - por Michel Foucault




“Talvez haja, neste quadro de Velásquez, como que a representação da representação clássica e a definição do espaço que ela abre. Com efeito, ela intenta representar-se a si mesma em todos os seus elementos, com suas imagens, os olhares nos quais ela se oferece, os rostos que torna visíveis, os gestos que a fazem nascer. Mas aí, nessa dispersão que ela reúne e exibe em conjunto, por todas as partes um vazio essencial é imperiosamente indicado: o desaparecimento necessário daquilo que a funda — daquele a quem ela se assemelha e daquele a cujos olhos ela não passa de semelhança. Esse sujeito mesmo — que é o mesmo — foi elidido. E livre, enfim, dessa relação que a acorrentava, a representação pode se dar como pura representação.”


Michel Foucault, As palavras e as coisas, Martins Fontes, 2002, pp. 20-21.

09/03/2009

Filme: Adeus Lenin



É, deu uma saudade desse cantinho aqui que deixei empoeirando por um tempo...
Mas esse blog é isso mesmo, serve como um espaço de expressão descomprometido com datas, horários, formas... Todas essas coisas que já nos são exigidas na nossa vida.

Conversando com um amigo me lembrei do filme Adeus Lênin...
Então aqui vai uma coisinha no intuito de instigar você!
Título Original: Good Bye, Lenin!
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 118 minutos
Ano de Lançamento (Alemanha): 2003Site Oficial: http://www.good-bye-lenin.de/
Estúdio: arte / Westdreutscher Rundfunk / X-Filme
Creative Pool Distribuição: Sony Pictures Classics
Direção: Wolfganger Becker
Roteiro: Wolfganger Becker e Bernd Lichtenberg
Produção: Stefan Arndt
Música: Yann Tiersen
Fotografia: Martin Kukula
Desenho de Produção: Daniele Drobny e Lothar Heller
Edição: Peter R. Adam
Efeitos Especiais: Das Werk
ElencoDaniel Brühl (Alexander Kerner)Katrin Sab (Christine Kerner)Maria Simon (Ariane Kerner)Chulpan Khamatova (Lara)Florian Lukas (Denis)Alexander Beyer (Rainer)Burghart Klaubner (Robert Kerner)Michael Gwisdek (Diretor Klapprath)Christine Schorn (Frau Schäfer)Rudi Völler (Rudi Völler)Helmut Kohl (Helmut Kohl)
Sinopse:
Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece acamada, Alex não tem muitos problemas, mas quando ela deseja assistir à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de vídeos.
Premiações:
Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao BAFTA, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao Cesar, na categoria de Melhor Filme Europeu.
- Ganhou o Goya na categoria de Melhor Filme Europeu.
- Ganhou 6 prêmios no European Film Awards, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Daniel Brühl), Melhor Roteiro, Melhor Diretor
- Prêmio do Público, Melhor Ator - Prêmio do Pùblico (Daniel Brühl) e Melhor Atriz
- Prêmio do Público (Katrin Sab).
Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Atriz (Katrin Sab).
- Ganhou o prêmio Blue Angel, no Festival de Berlim.
Críticas:
Letícia, Leitora do Adoro Cinema - Nota 8:"O humor refinado europeu está de volta. Pra quem está cansado dos blockbuster americanos e pra quem adora humor inteligente, Adeus Lenin é a pedida perfeita. A trama bem montada, nem um pouco cansativo e com ótimo desfecho, Adeus Lenin com certeza fará parte da minha cinemateca."
Antônio do Carmo, Leitor do Adoro Cinema - Nota 10:"Uma obra genial. Abordagem originalíssima sobre a queda do Muro de Berlim e seus reflexos nas questões econômicas, sociais, costumes etc. Bela fotografia. Desempenho ímpar dos atores. Merece lugar de destaque na histporia do Cinema."
Leila Santos (Crítica do Leitor): "É um filme muito bom. O enredo tem um lado cômico, do filho tentando esconder da mãe que o comunismo acabou, e um lado profundo, sobre as relações familiares, ideologia política e mudança social."