Às vezes sua sensibilidade pode até passar despercebida pelo fato de os próprios não se intitularem assim.
Com toda a bagagem teórica que aprendemos sobre o conceito de arte, cultura, artista, dom, imaginação/transpiração, ainda assim não ''treinamos'' suficientemente bem nossa sensibilidade para perceber as sutilezas que um olhar mais atento pode nos mostrar.
Um amigo meu, o fotógrafo Solon Queiroz possui essa capacidade mágica de fazer-nos ver a sutileza e a beleza das coisas através de suas lentes.
Ainda bem que essas pessoas, artistas de verdade, servem de instrumento para que o Universo se apresente a nós, meros mortais despercebidos... rsrs
Convidado a participar de um colóquio internacional em Lisboa – Portugal, com a exposição “A pobreza sob novas lentes: um olhar sobre o bem-estar dos Sertanejos e seus modos de vida no bioma Cerrado – Brasil” foi muito bem recebido e suas fotografias que são lindas são acompanhadas do texto abaixo:
Por Solon Queiroz
do Blog ''Olhos da Terra''
Esta Exposição tem por objetivo oferecer um novo olhar com relação às situações de pobreza, a partir de uma mostra de fotografias sobre populações tradicionais no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais - Brasil.
Construir um olhar fotográfico sobre o bem-estar dos sertanejos em suas vivências cotidianas no bioma cerrado onde preservam sua diversidade cultural, ancestral e a riqueza de sua biodiversidade.
Normalmente os pobres são caracterizados pela baixa renda monetária e pelo mal-estar social, não raro com representações chocantes e desoladoras.A partir da lente fotográfica, buscamos capturar exemplos de equilíbrio sociocultural e ambiental, pessoas vencendo a luta contra a pobreza em vez das tradicionais fotos de desespero e desolação habitualmente divulgadas na mídia. Mostrarmos a esperança, a felicidade, o bem-estar dos sertanejos - mulheres, homens, crianças e idosos em seu meio natural, em sua diversidade cultural e ancestral.
Todavia, com a globalização econômica, a paisagem do Sertão se distorce e populações e modos de vida são ameaçados. O sertanejo da boiada lenta, da jagunçagem e do fazer artesanal convive, agora, com o agronegócio da soja, do eucalipto e da braquiária (capim de pastagens) e de fontes energéticas. É matéria vertente, como toda gente, maleável e fluida.
A fotografia constitui um instrumento que traz a necessidade urgente de debate sobre a sobrevivência e continuidade das populações tradicionais, com suas especificidades culturais vinculadas ao ambiente em que se encontram inseridas, sendo elas geraizeiras, vazanteiras, veredeiras, caatingueiras, quilombolas ou indígenas Xakriabá.
A arte fotográfica, quando articulada a ações culturais, pode ser vista como instrumento capaz de interferir positivamente na vida das pessoas para ajudar a conscientizar sobre a necessidade de se preservar seu modo de vida e a resgatar a memória de cada povo. Fazer refletir sobre o equilíbrio e também as agressões aos modos de vida das populações tradicionais existentes.
Para ver o vídeo de apresentação com todas as fotografias clique aqui.
E aqui uma amostrinha das obras:
Belíssimas fotos e texto. Realmente é um grande talento incrustado na beira do Velho Chico.
ResponderExcluirParabéns pelo retorno às atividades blogueiras mamãe.
Beijos sertanejos.
Só uma observaçãozinha...
ResponderExcluirO Solon Queiroz é nascido na cidade de Ubaí, mas passou a vida toda em Montes Claros - MG.
Esqueci de dizer isso.. rsrs
Bjos e obrigada
Só uma observaçãozinha...
ResponderExcluirO Solon Queiroz é nascido na cidade de Ubaí, mas passou a vida toda em Montes Claros - MG.
Esqueci de dizer isso.. rsrs
Bjos e obrigada