23/02/2010

Olhos da terra.

Artistas verdadeiros podem estar muito próximos de nós.
Às vezes sua sensibilidade pode até passar despercebida pelo fato de os próprios não se intitularem assim.
Com toda a bagagem teórica que aprendemos sobre o conceito de arte, cultura, artista, dom, imaginação/transpiração, ainda assim não ''treinamos'' suficientemente bem nossa sensibilidade para perceber as sutilezas que um olhar mais atento pode nos mostrar.
Um amigo meu, o fotógrafo Solon Queiroz possui essa capacidade mágica de fazer-nos ver a sutileza e a beleza das coisas através de suas lentes.
Ainda bem que essas pessoas, artistas de verdade, servem de instrumento para que o Universo se apresente a nós, meros mortais despercebidos... rsrs

Convidado a participar de um colóquio internacional em Lisboa – Portugal, com a exposição “A pobreza sob novas lentes: um olhar sobre o bem-estar dos Sertanejos e seus modos de vida no bioma Cerrado – Brasil” foi muito bem recebido e suas fotografias que são lindas são acompanhadas do texto abaixo:


Por Solon Queiroz

Esta Exposição tem por objetivo oferecer um novo olhar com relação às situações de pobreza, a partir de uma mostra de fotografias sobre populações tradicionais no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais - Brasil.

Construir um olhar fotográfico sobre o bem-estar dos sertanejos em suas vivências cotidianas no bioma cerrado onde preservam sua diversidade cultural, ancestral e a riqueza de sua biodiversidade.

Normalmente os pobres são caracterizados pela baixa renda monetária e pelo mal-estar social, não raro com representações chocantes e desoladoras.A partir da lente fotográfica, buscamos capturar exemplos de equilíbrio sociocultural e ambiental, pessoas vencendo a luta contra a pobreza em vez das tradicionais fotos de desespero e desolação habitualmente divulgadas na mídia. Mostrarmos a esperança, a felicidade, o bem-estar dos sertanejos - mulheres, homens, crianças e idosos em seu meio natural, em sua diversidade cultural e ancestral.

Todavia, com a globalização econômica, a paisagem do Sertão se distorce e populações e modos de vida são ameaçados. O sertanejo da boiada lenta, da jagunçagem e do fazer artesanal convive, agora, com o agronegócio da soja, do eucalipto e da braquiária (capim de pastagens) e de fontes energéticas. É matéria vertente, como toda gente, maleável e fluida.

A fotografia constitui um instrumento que traz a necessidade urgente de debate sobre a sobrevivência e continuidade das populações tradicionais, com suas especificidades culturais vinculadas ao ambiente em que se encontram inseridas, sendo elas geraizeiras, vazanteiras, veredeiras, caatingueiras, quilombolas ou indígenas Xakriabá.

A arte fotográfica, quando articulada a ações culturais, pode ser vista como instrumento capaz de interferir positivamente na vida das pessoas para ajudar a conscientizar sobre a necessidade de se preservar seu modo de vida e a resgatar a memória de cada povo. Fazer refletir sobre o equilíbrio e também as agressões aos modos de vida das populações tradicionais existentes.

Para ver o vídeo de apresentação com todas as fotografias clique aqui.

E aqui uma amostrinha das obras:






3 comentários:

  1. Belíssimas fotos e texto. Realmente é um grande talento incrustado na beira do Velho Chico.

    Parabéns pelo retorno às atividades blogueiras mamãe.

    Beijos sertanejos.

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  2. Só uma observaçãozinha...
    O Solon Queiroz é nascido na cidade de Ubaí, mas passou a vida toda em Montes Claros - MG.
    Esqueci de dizer isso.. rsrs
    Bjos e obrigada

    ResponderExcluir
  3. Só uma observaçãozinha...
    O Solon Queiroz é nascido na cidade de Ubaí, mas passou a vida toda em Montes Claros - MG.
    Esqueci de dizer isso.. rsrs
    Bjos e obrigada

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